sábado, 24 de setembro de 2011

Cantos inaudíveis

Alguns andam pelos cantos. Talvez por morarem na cidade e não conhecerem campos. Talvez por gostarem de antros. Se mancam. Entre calçadas que quebram tamancos, balançam ancas, desbancam bancas. Brancos dentes amarelados. Palmas das mãos amarelas. Amarelos, brancos, como se estivessem doentes. Descrentes, querendo acreditar em algo. Cheios de perguntas. Vazios de respostas. Quase sempre só com amostras, sem frascos rotulados de líquido vital. Vendo a rua pela rótula. Vendo animais andando iguais: eretos! Há seres especiais mesmo dentre os de mesma espécie. Conjunções de astros e estrelas, luas e sóis, relógios, calendários. Precários mamíferos com marcas de nascença e adaptação ao habitat. Hábitos forjados por chuvas e ventos. Moldando as pedras ou as deixando mais moles. De tanta bater. Se baterem. Abaterem. Carnes de outros animais nos pratos. Proteínas. Preservação para um amanhã verde. Comer alface. Rodelas de cenoura nas faces. Tomates. Preocupações tomando o tempo que não retorna às suas bílis. Regurgitando porcas misérias. Bodes. Boldos. ‘Beudos’. Barrigas cheias de lúpulo. Lápides. Caminhos longos ou curtos independem do consumo. Está nas linhas, basta estender dedos com unhas para baixo a uma cigana no centro e ela dirá. Indicação fácil é o próximo dia, antes da eternidade. Caldos como acompanhamento. Antes que uma calda de cometa acabe com caldas de saias. Muito justo. Justamente. Parece faltar pano. Será sorte o planeta cada vez mais quente. Quente sem gelo é cowboy. O sertanejo é antes de tudo um homem com sua mulher e seus filhos, à moda antiga. Há modas novas. E muitos sem modos.