segunda-feira, 28 de setembro de 2015

Mais uma primavera pediu passagem

   A quarta lua de sangue seguida banhou o solo de chuva. As nuvens que a encobriam prenunciavam a água que cairia. Algo cíclico, sabido de antemão, como as quatro estações do ano que se precedem continuadamente; como aniversários; como fenômenos aparentemente sem solução que a ciência busca explicar pela repetição do mesmo fato um sem-número de vezes, obtendo iguais resultados (há gravidade).

   A primavera pediu passagem como pede em todo setembro no Hemisfério Sul, junto ao equinócio, com americanos da parte de baixo do mapa instituído buscando seus lugares ao sol – ou à sombra dele. Mistérios com diferentes desdobramentos para povos de outras nações, religiões, “ões”. 'Nivers'. Signos. A própria língua é determinante com seus significantes e significados desde Sausurre. E quem mora no Japão não viu a Lua de Sangue como quem mora no Brasil. Óbvio. Não custa nada frisar o ângulo direcional que cada qual lança às diferentes verdades. Como a significância das luas, da época do nascimento ou das mais recentes de tom vermelho: Danger: Anúncio do fim do mundo; coincidência com datas Judaicas; recados interplanetários. Em tons mais amenos: a lógica da razão científica. Fenômenos mensuráveis tais quais os elementos que compõem esse planeta – planetinha ou planetão, como queira a entonação -, parte desse sistema solar, desse universo. Existem outros? É difícil ter profundidade em temas não tão conhecidos, e o não saber para muitos é sinônimo de medo. Pelo medo forja-se o discurso da dor em antagonismo ao amor, duas portas que teoricamente se abrem para patamares mais altos ou que fazem escorregar aos confins mais escuros.

   As guerras mais necessárias são aquelas travadas no íntimo, no dia a dia, longe das mãos de indústrias bélicas que só visam lucro, de países do Hemisfério Norte que se acham o centro do universo. Quem se incha muito estoura. É preciso encher o pulmão de ar ao ponto de poder voar até a ascensão que se quer.

   O Oriente Médio é um campo minado. ‘Primaveras Árabes’ (licença prosaica) fazem muitos seres sucumbirem. Primaveras alegres a quem busca o melhor para si e para os outros! Se auto-ajudar, de preferência sem livros de auto-ajuda, é o primeiro passo para escrever o nome em estórias reais, e, (por que não?), na História Universal, partindo do próprio universo (parodiando Tolstoi). Comemorando todas as passagens de primavera. Rígido vindo outro outubro.