sábado, 29 de maio de 2010

Com sisos, conciso

Vendo Jornal. Faço Jornal. Vendo revistas. Passo por revistas. Reviso os meus textos. Sem nexos, complexos.

Pelos lados convexos de mim mesmo, sigo buscando algo. Não sei se consigo, ou conseguirei. Por hora, conciso, por hora com sisos. Talvez tirar os dentes e jogá-los fora seja como o processo de tirar idéias da mente e jogá-las fora. Dei uma dentro, ou estou totalmente por fora.

Uma semana sem postar. Semana de provas, ou a vida. Trabalhos me deram trabalho, e nada como se queria. Queria. Quero.

O esmero demora, enquanto passam as horas. Os dias. As semanas. O ano. Humano. Não igual nenhum outro, mas semelhante. Escritas, não parecidas, mas quase. Sabe lá. Sei lá.

Nada sei. Ou quase. Parcelas variadas de vários assuntos. Cantar ou falar, tanto faz, se ainda não é o cume, cair e levantar. De novo percorrer os aclives e declives já percorridos e além. Eu sem.

Até que alguém sopre o meu olho e me faça enxergar além. Ou eu preciso realmente de óculos, ou estou com lentes escuras que não me fazem ver nada. O nada se vê? Pode ser. Pode, sem demora. Antes que algo estoure.

sábado, 15 de maio de 2010

Escrever fácil é difícil

Um amigo meu disse não ter entendido o que escrevi na postagem anterior. Eu disse que não estava muito bem quando escrevi a postagem anterior. Gripe, sono, cansaço, embora os dois últimos fatores eu tenha que enfrentar sempre quando vou escrever.

O desejo de ser compreendido sempre surge, mas, pela constância de comentários, pelo sucessivo aumento de seguidores – ironia – ou não estou conseguindo me fazer, ou estou sendo tão bem nisso que, não gera nenhum retorno, não suscita nada em ninguém (talvez nem em mim mesmo).

Quando leio Graciliano Ramos fico nauseado como quão tão simples parece sua escrita, conseguindo a façanha de fazer parecer cada palavra soar exata. Ao passo, em muitos dos seus livros consta a sua máxima célebre:

"Deve-se escrever da mesma maneira como as lavadeiras lá de Alagoas fazem seu ofício. Elas começam com uma primeira lavada, molham a roupa suja na beira da lagoa ou do riacho, torcem o pano, molham-no novamente, voltam a torcer. Colocam o anil, ensaboam e torcem uma, duas vezes.
Depois enxáguam, dão mais uma molhada, agora jogando a água com a mão. Batem o pano na laje ou na pedra limpa, e dão mais uma torcida e mais outra, torcem até não pingar do pano uma só gota.
Somente depois de feito tudo isso é que elas dependuram a roupa lavada na corda ou no varal, para secar. Pois quem se mete a escrever devia fazer a mesma coisa. A palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."

Às vezes procuro um estilo mais rebuscado, ou é ele que me procura. Penso que a palavra nua e crua diz pouco, vale mais uma idéia, e pode se somar uma coisa a outra.

Vou lavar minhas palavras sujas, não chulas, e ver se toda a sujeira que falo/escrevo se esvai, para que assim possa compor linhas mais alvas, claras, mesmo se for pra falar do obscuro, tentando nunca perder a candura...

sábado, 8 de maio de 2010

Realidades

Saiu numa revista importada dessa semana uma tese contrária a toda euforia pelos filmes em 3D. Depois do fenômeno Avatar, todo o comentário era voltado para os prols dessa tecnologia no futuro do cinema e também na vida das pessoas. Na gôndola quis ter um tradutor eletrônico do google na palma da mão para esmiuçar um pouco mais. Sem esse adereço, pesquei algumas coisas, com meu inglês de ensino médio.

Assisti aos azuis sem os tais óculos dimensionais. O próprio projeto foi feito em três dimensões (cada parte dele). Gostei da imagem, dos efeitos, apesar de a história ser mais do mesmo: Reviravolta dos fracos, caso de amor como pano de fundo, final com uma , tipo, lição de moral. Bom como entretenimento, e pelo valor do orçamento, e tempo de produção, a ânsia de quem fez não pareceu ser outra senão a beleza estética, e o lucro concreto.

Essa semana, levado pelo fluxo, assiti Alice no País das Maravilhas. Pra seguir o bonde, em terceira dimensão. Num primeiro momento, a imagem mais escura tira um pouco do brilho dos atores. A vista também se cansa, mas não tenho certeza disso, pois eu estava com a vista cansada desde antes. Pouco sono. Poucos sonhos, pouco tempo sendo Avatar, e não lembrando o que aconteceu em Pandora, quando acordo. E justamente essa analogia pode ser feita: Pessoas passam mais tempo vivendo em seus avatares, na realidade virtual, do que na vida real, e mesmo quando estão nessa, a maior parte das horas é lembrando daquela. É bem melhor, revigorante. Twitter é azul. Facebook é azul. Só o Orkut que é roxo, mas pode ser uma outra raça de seres.

Para o cinema é uma tecnologia a ser aproveitada com a devida precaução. Na vida idem. O pior é quando a vida virtual tem o mesmo ritmo ou até um mais lento do que a vida real... Buscar outra conexão...

Poucas linhas. Um vírus real está me deixando impossibilitado de ir para o outro mundo, e até começo a pensar se a fé de duas realidades não será efêmera mediante as comprovações do dia a dia, a pouca interação com o povo de lá.
A próxima sessão será em 2D. Quando o meu povo irá me aceitar? Um ou outro?

sábado, 1 de maio de 2010

Igualdade nas aparências enganam

Veja bem... Se bem que, cada qual enxerga por um foco os fatos e por isso não há só um modo de ver e paradoxalmente, a maioria forja a visão pra determinado lado, por querer ou não, acarretando opinião similar de jornalistas diversos, talvez por que os textos dos mesmos passam pelo crivo dos editores e esses têm que manter o padrão, se não do veículo, sim do que circula.

Também, grupos se aglutinam tentando forçar mais ainda o que já é empurrado sem dosagem cabível por todos os lados. Nesse intuito, surgiu recentemente a aliança nas vendas (a qual já existente na intenção) entre O Estado de São Paulo e Veja. Quem ainda não sabia qual era a tendência política do jornal em questão agora não tem mais como dizer o contrário: Seres unos e multifacetados!

Há três semanas começou a ser vendido o pacote com O Estado + Veja, custando a módica quantia de R$ 9,90. O dia dessa venda casada é domingo, nesse dia o jornal separado custa R$ 4,50 e a revista semanal que é lançada na praça no sábado custa R$ 8,90. Desse modo o leitor terá um jornalismo interpretativo unido a um jornalismo informativo pagando o preço do periódico semanal acrescendo – teoricamente – mais R$ 1,00 para o periódico diário. Diversidade de informações, mas o ponto de vista é o mesmo.

Manuais de redação, muito bem expostos por Manoel Carlos Chaparro em seu livro “Pragmática do Jornalismo”, são os preceitos a serem seguidos pelos jornalistas no geral. Usam de retóricas nos dizeres que pregam, em ser a informação pura e clara a principal meta de todos, mas o que se vê, ou nem todos conseguem, são preceitos e padrões direcionados mais internamente para o eixo da própria empresa do que para fora, ou seja, os leitores.

Fotos iguais em revistas diferentes, como aconteceu com a tragédia no Haiti, quando Época e Veja compraram a mesma foto de alguma agência de notícias, demonstram que ou há muita similaridade no pensar dos editores ou que até um olhar além (o do fotógrafo que conseguiu captar uma foto inusitada, no caso a mão de um Haitiano presa em meio às grades, cheia de pó), pode se tornar um lugar comum.

O fato é um só, mas a verdade tem múltiplas interpretações.

Não pode se afirmar veementemente que por esses fatos a imprensa esteja ruim. Fato é que ela se tornou um múltiplo de mesmas coisas onde poucos detêm o poder da informação e fazem dela o seu principal instrumento para manter o que já é.

Mesmo com a disputa em alguns segmentos, parece que ela tende a sempre pender para o mesmo lado, que e o lado de lá de quem está fora e o de cá de quem está dentro. Continuará, não abrirá espaço para que o algo novo e inovador surja das crateras do chão tantas vezes pisado do mesmo jeito.

O jornalismo como profissão ainda é onde pode se buscar mudanças. Para tanto, há de se ter os meios, e os meios são poucos para que a força seja posta à prova. Mais será, se quem ainda acredita não se deixar ser influenciado pelo meio.

Assim, há vários fatos que nos levam a acreditar que a imprensa está ruim, ao passo, isso tem que elevar o desejo de mudança. A mídia nos influencia de muitos modos e quando analisamos bem vemos que o “modus operandi” é o mesmo, ou parecido.

Conhecer a fundo a profissão, seus modos e seus meios, é a melhor maneira de não acreditar no que vemos de cara, o exterior da comunicação. Alguns títulos de jornais e revistas tentam fugir dessa imposição e acreditar que pouco a pouco conseguem algo, e ver a alma de quem diz (escreve).