sexta-feira, 18 de outubro de 2013

Pregando peças

Existem muitos quebra-cabeças. A imagem vista a esmo lembra a de um bicho de sete cabeças. A montagem é feita pouco a pouco. Com calma. Vislumbra-se o todo, colocam-se as partes, tentando o encaixe.  Talvez não se ache de cara. São tentativas e erros. São xingos de raiva quando não, e berros de alegria quando sim. Ou então mugidos e grunhidos. Vai depender. Sempre. E se seres inexistentes são irreais, como achar a concepção da imagem final que se quer montar, se ela é algo ainda não visto? São muitos 'ses'. Pode existir uma resposta: Pela imaginação! E ela é subjetiva e pautada pela intuição, pelas sensações, pelo repetitivo engolir de sapos que se altera com visões de pássaros verdes. E das relações formadas por umas coisas e outras. Isso vem da denominação, da definição, e não só da coisificação. Em dado momento são jogados os dados, e a sorte ou o azar são inexistentes. Variam conforme as lentes que enxergam. Lentamente olhos correm e varrem todo o perímetro, tentando achar as repetições e conjunções que dão ordem àquele troço. Trocadilhos às vezes não são bem-vindos. Trocas sem lucro de uma das partes nunca são. Os complexos léis revirados são partículas do mesmo deus. Que não acode sempre. Ai seria fácil! Mas as dificuldades são em níveis. Faixas etárias, situações sociais, capacidades cognitivas. Variáveis da função x. Mantendo o ritmo constante para não topar com um buraco negro e ter a centelha extinta, consegue-se vislumbrar uma luz. Que pode ser nave. Que pode ser never. Que pode ser apenas um vaga-lume na escuridão. Se houver o sentido na próxima investida de peça, a cabeça não se quebrará.