sábado, 16 de março de 2019

Pontos conexos e pontes desconexas

Imagem: Abstrato vetor criado por starline - br.freepik.com


Quanta relutância antes da coragem? Quantos medos? Arremedos? Remendos que só fecham buracos por átimos ínfimos de instantes? Quantas linhas cortantes que precisam ser cortadas? Quantas perguntas no vácuo? Quem quer responder dá um jeito de colocar na mesa o assunto. Quem não apenas visualiza e alisa a tela para uma conversa mais cômoda com outro contato, noutro quarto virtual. “Uau!”. Quem "vai pra grupo" acaba pegando de soslaio em algum gomo de corrente indesejada. Difícil sentar na calçada pra devanear sobre as estrelas, os planetas, sobre tudo e sobre nada. Infância de outros tempos, passada. Passado. Coisas caídas no ralo do esquecimento ou da nostalgia. Areias finíssimas que superlativam o desfalecer de matérias. São mesmas necessárias muitas quedas para erguer-se, persistir mesmo após todos os fracassos para obter sucesso. Nesse caso, insistir no erro (desde que não seja pra sempre) se torna caminho (que pra sempre nunca chegará a lugar nenhum, ou seja, ao acerto). Carreira solo. Não participar do coro dos contentes. Nem por isso ser só triste, ou só só. Sempre é preciso um punhado disso, se não não há valor naquilo. "Só só, não não". Quantas vozes de alter-egos sopram nos ouvidos... Quantos 'Beijos Partidos'... Lábios frios, quebrados... Muitas blusas escondem as batidas dos corações... Muitos casais e grupos de pessoas que são quase como nações, mas não têm noção... Dá pra fugir de um destino? De um acaso? Ações ditas espontâneas são no fundo de caso pensado? Para um melhor futuro, muda-se o presente não esquecendo o que passou? Se tudo isso é só papo furado "deixa cair" as letras como se fosse chuva. Se a solidão é o silêncio das estrelas:



Deixar cair foi sempre o intuito desde o começo. O mote era "imbróglios emblogio". Confusão de pensamentos. Confissões de um adolescente já longínquo que antes de ter internet tomava notas na cachola para no futuro jogar no mundo, na nuvem a céu aberto de bytes. Jogos de palavras. Brincadeiras sérias, elucidativas. Sedativas. Faço isso às vezes mais ou menos, sempre mais ou menos. Desde 2018 sem compartilhar nada, escrevendo, é claro, mas guardando, aguardando o momento, o mote, que provavelmente passou despercebido ou percebido demais, tanto que não deu pra amortizar o mote em outro norte, partir de um ponto de inspiração em sentido à piração pontual. No sentido do globo, no girar, a Terra gira.

Imagem: Reprodução

Terraplanistas devem ter ficado alvoroçados com o Doodle do Google em comemoração aos 30 anos da Web, com a imagem de um computador antigo e no meio da tela o círculo. Tantos links e hiperlinks rodando por aí que as pessoas se perdem no Mundo Vasto, né, Djavan?!, tanto que muitas vezes prevalecem fakes. Apologistas antivacina deveriam por lei ser obrigados a tomar apenas uma, condensada, ao nascer: vacina anti-estupidez, anti-acho, anti-ódio, anti-arma. Talvez assim dedos em riste fossem utilizados apenas nas salas de aula, para fazer perguntas sobre matérias não entendidas. Contestar é sempre válido, mas é preciso ter cuidado para não distorcer os fatos e achar que está saindo da Matrix quando na verdade está indo para o País das Maravilhas, ou um Universo paralelo onde cada um molda sua própria realidade ao bel prazer, porque isso gera distorções, erradas concepções, tragédias de barro e sangue.


Trazer algo ao mundo mesmo que seja um texto, uma opinião, exige responsabilidade, tal como um filho, que quando cresce segue seu próprio caminho. Época turbulenta onde chuvas e choros são torrenciais e se concentram em pouco tempo/espaço, idem informações e desinformações. Aqui um informativo pessoal que visa ter o aval de chegar a outro igual (ou diferente). Ideias embaralhadas que servem como terapia para desembrulhar o estômago depois de ver noticiários. O jornalismo moderno é marketing de rede. Não ao texto direto e reto! Espreme que sai seiva. Marrom só o da natureza. Árvores de genes, emoções e lógica. O dedo ainda tecla, sem o barulho de máquina. Cada vez mais dedos que teclam como máquinas; em breve textos-máquinas serão escritos por máquinas (com ou sem mãos). Caminho contrário chutando pedras da linha do trem que outrora era de passageiros — movido a carvão —, passando na encruzilhada onde vai pro outro lado o trem-bala, supersônico, que percorre distâncias incríveis num 'tchum', do qual todos são maquinistas. Buscando correlatos que inteligências artificiais não poderão achar (ao menos não neste século). Lanço meu papiro ao vale, e ouço meu próprio eco.