quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Anseios e ânsias

Anseios são como ânsias. Coisas que sobem em profusão descomunal do peito pra guela. E ninguém se esgueira. Não há queira ou não queira. O tilintar do coração fica acelerado. Nunca do passado. Quase sempre do futuro. Muitas vezes do agora. Os dois pontos que piscam no meio das horas e dos minutos no relógio digital são como uma metáfora a esses símbolos que precedem a fala - gramaticalmente falando -, no digitar de teclas analógicas ou digitais. E tal: O desejo de: Pronto para: A ideia é essa: É isso! Uma mistura que por ser insossa quer vir afora, à baila, ou, por ter assimilado tudo o quanto viera, por isso mesmo é uma transmutação dos nãos em sim. E tudo aquilo que virá a ser no momento estará sendo. Nunca o que fora. Nem sempre tudo que se joga fora é resto. Rostos cada vez mais flácidos pelas forças que regem o planeta. Dependendo da genética o tempo que leva para os fatores ponderáveis agirem muda. O fator tempo corre no espaço à velocidade da luz. Busca por vida em outros sistemas, o que só será possível com um esquema similar, planetas irmãos são como gêmeos univitelinos separados no nascimento. Mas a natureza é arredia, intransigente, inconsequente, às vezes, e não é garantido que o caminho percorrido aqui desde o primeiro estouro seja o mesmo lá. A regra não é tão clara, mas, onde há peitos e guelas há anseios e ânsias, com o sangue sendo bombeado pelas batidas do coração.