sábado, 31 de agosto de 2013

Semanário 6

JOVEM ESTUDANTE DE SÃO CARLOS SE INSPIRA NOS ESTUDANTES ESTADUNIDENSES E ATIRA EM EX-COLEGAS. O fato ocorreu na USP. Pelo que foi relatado, o rapaz havia sofrido um trote violento ao ingressar na faculdade.  Houve uma tentativa de abuso sexual por parte dos veteranos. O abusado inconformado se rebelou e voltou ao recinto de ensino superior desferindo tiros com arma de fogo. Ninguém ficou ferido. Quem mais se prejudicou foi a própria vítima, psicologicamente. Segundo uma testemunha, o atirador estava tranquilo e calmo antes de executar o seu plano. Após o ocorrido concedeu entrevista onde explicou os seus motivos,  e alegou descaso das autoridades responsáveis do campus com o caso. Estava usando remédios que já não surtiam efeito. Em sua fala, aparentava clareza de pensamento e um nível vocabular elevado.  Não à toa estava em uma universidade estadual. O estudante veio de família humilde, estudou em escolas públicas, se esforçou para chegar aonde chegou. Ao passo, o caso mostra que o acaso das más situações pode ocorrer a qualquer hora, em qualquer lugar. Uma possível repulsa dos jovens de posses vindos de escolas particulares que tiveram preparo e incentivo? Medo da concorrência? Restou a ocorrência!

O CORPO MÉDICO QUE VEIO DE CUBA NÃO ESTAVA EM FUGA. VEIO PARA COBRIR A LACUNA DO QUE DAQUI REFUGA. E deu o que falar a vinda de médicos cubanos para atuar nos lugares mais longínquos do Brasil onde há defasagem no atendimento. Os que aqui se formam não querem ir para essas regiões por serem distantes dos grandes centros. O preconceito - normalmente velado -, veio à tona: chamaram médicas de ‘empregadas’, estranharam a negritude da maioria. Alguns ainda tentaram defender a atitude de quem acusava o governo brasileiro. Foi uma solução paliativa. Já que ninguém daqui queria ir aos lugares onde eram necessários, convidaram os de lá. Alguns questionaram a questão do regime de trabalho dos cubanos. Segundo estes, seria um regime escravo. Os acordos foram feitos conforme as resoluções vigentes em contratos de atuação mútua entre países, através da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), mesmo assim gera controvérsias (vide matéria e comentários). E o Brasil não é o primeiro lugar em que médicos cubanos vêm. Vieram dar uma mão. E das muitas manifestações vistas, aquela onde se diz que em ‘Terra Brasilis’ além de saúde também nos falta educação foi uma das mais enfáticas. Falta-nos mais. A constituição nos dá vários direitos. Os advogados tendo estudado Direito sabem como achar brechas em leis. Em Cuba Fidel é a lei. É difícil entender as coisas aos ‘léis’. É preciso juntar as partes (ouvir os dois lados, analisar as divergentes opiniões), para compreender o todo.

MUITOS CASAIS SERÃO DESFEITOS NO MUNDO AO MESMO TEMPO. Corre-se o risco. A Pont des Arts, em Paris, onde são colocados cadeados para dar simbologia à união dos apaixonados corre o risco de cair. Pelo acúmulo de peças de ferro, as laterais da passagem foram sendo fechadas por completo. O concreto começa a dar sinais de desgaste. A estrutura arquitetônica não foi projetada para comportar tantos relacionamentos. Cadeados em sua maioria são fortes, resistentes, mas é um fardo pesado até para uma ponte, um ser-objeto inanimado. Cabe ao responsável pela manutenção da cidade decidir pela vida a dois de muitos. Corre-se o risco de a maioria daqueles casais que depositaram as suas esperanças nesse símbolo do amor já terem sido desfeitos. Hoje tudo é mais rápido. Uma ponte é mais importante. É o fluxo dos cidadãos que após cada separação seguem o caminho para o próximo encontro.

SHEIKS TINHAM HARÉNS DE MULHERES E HOJE BEIJAM HOMENS. São novos tempos, é o novo mundo. Cada um tem o direito de fazer o que bem entender, dentro da legalidade – às vezes até fora dela. O meio futebolístico sempre foi machista. É uma diretriz que mudou pouco ao longo dos tempos. O beijo que o jogador Sheik deu em um amigo depois de um jogo gerou grande alvoroço. Primeiro por ser um beijo entre amigos, o que foi afirmado pelo próprio jogador. Segundo porque a torcida do time em que o jogador atua não gostou. Fez até protesto para expressar a sua indignação. Diziam não ser homofóbicos, mas que não era possível aceitar esse tipo de coisa. Essa própria torcida sempre usou de alcunhas de cunho homossexual para zombar de torcidas adversárias. Na internet – onde a repercussão é rápida e todos querem dar pitaco -, muitos(as) começaram a defender o jogador que deu o selinho no amigo como se ele fosse um estandarte da bandeira contra o preconceito. Não era. Não é. É um jogador que gosta de polêmicas. Tanto que foi se desculpar com a sua torcida e teria afirmado ser brincadeira o ato cometido, até porque não era torcedor de outro time paulista que recebe esse tipo de desígnio, e que certa época até teve um jogador com todo o cacoete de ser gay, mas que nunca se assumiu como tal. Que Sheik continue beijando quem quiser, homem, mulher, macaca (que ele tem de estimação). Agora os mesmos que usavam de preconceito na hora de falar de futebol - o que desvia a conversa do assunto em questão -, para se defender usam o argumento que repudiavam a seu favor. Das duas uma: ou a pessoa mudou de opinião – e tem todo o direto -, ou não sabe bem o que quer, e poderá mudar de time, ou quem sabe até de sexo.  

DEPENDENDO DO CASO, ENTRAR NA USP É AZAR. MÉDICOS NÃO SE FORMARÃO LÁ POIS NÃO HÁ O CURSO, SÓ NA CAPITAL, E, SE CASAIS TRADICIONAIS VÃO SENDO DESFEITOS, OUTRAS UNIÕES VÃO SURGINDO, E BEIJOS SERÃO SEMPRE SINAIS DE AFETO.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Fascínio e repulsa

Ao mesmo tempo em que repulsava, intrigava, fascinava, desgovernava aquele coração bobamente tolo. Naquele frigir, naquela fricção de egos, poderia existir um elo, como o de peças que se encaixam de tanto forçar. Pela experiência, pelo empirismo, era sabido que forjas extremas são rechaçadas rapidamente. Ou nem isso: apenas não colam. Não grudam. Não dá liga. Liga? Mas ele queria pelo menos parcos momentos de carícias em pêlo, partilhando a comunidade de animais da espécie humana, simples e básico como num instinto de macho que cheira os feromônios da fêmea no cio. “Xiu!”. Nem um pio. A cisão era inevitável. Pois antes da desdenha há a compra. Pode até ser compulsória. Daquela que muitas vezes joga olhares ao léu e sai com vários peixes pacus na sua rede de ostentação, pegadora. Muitos de quatro patas que se mantiveram agachados para venerar a musa que aprendeu a andar ereta saem com o rabo entre as pernas. E mesmo aquele que viu, ouviu, sentiu, deixa de lado todos os seus sentidos para insistir em um mesmo erro. Não é nem burrice. É uma força maior! Como se aquela pessoa fosse um imã de atrair gente. E aqueles contrários, com auras de gambás, que repulsam por osmose, quando atraídos se entregam sem mensura. E dai surge a principal divergência logo de cara. E vira diversão de parque. Carrinho de bate-bate. Rato de laboratório preso num labirinto para testes de novas drogas. Encontrará a saída? Talvez, um dia. No enquanto isso não acontece, alternam-se dias de sol e chuva, guardando mindinhos dentro da luva, ou ostentando dedos médios ao deus dará.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

A espera difícil por Racionais e Max de Castro


Quem virá primeiro: Racionais MC's ou Max de Castro? 

Pela ordem cronológica seria a sequência lógica. O grupo de rap lançou seu último CD (um álbum duplo) em 2002, o 'Nada Como um Dia Após o Outro Dia'. Já o cantor, compositor, produtor, arranjador e multi-instrumentista trouxe ao mundo o seu último trabalho em 2006, o dançante  'Balanço das Horas'. De lá pra cá, alguns sinais. 

O Racionais vem pincelando faixas novas, lançando clipes dessas músicas, mas o tão aguardado álbum, nada. Edi Rock já lançou o seu segundo solo. Será que Mano Brown também quer seguir o mesmo caminho antes do derradeiro novo lançamento em grupo? 

Max começou a fazer boletins pelas redes sociais, onde mostra um pouco da sua nova investida em disco. A data de lançamento, nada. Os fãs esperam. É só o que podem fazer. 

Poderia haver mais consideração. Tudo bem não quererem seguir a ordem mercadológica que morre pouco a pouco com a Indústria Fonográfica tradicional, onde deve-se lançar algo novo todo ano, só que conquistar um público cativo e deixá-lo sem saber das novidades é de certa forma cruel.

Sem desculpas. Só basta presentear quem tanto aguarda com álbuns quentes recém-saídos do forno da Sonopress da Amazônia, ou de onde quer que seja (já que as novas tecnologias diversificaram as formas de produção).

Que a resposta da pergunta feita no início não seja sem fim como a da velha questão do ovo e da galinha.