Haverá dias em que uma nesga de rosto pela fresta se transformará num bicho de sete cabeças, quando a dificuldade se fincar no ato simples, quando o fantasioso prevalecer sobre o real. O pau-pau, pedra-pedra será chutado pelo chão em jogos ritualísticos de passagem por calçadas, na intenção de derrubar o oponente com quem se joga. Amarelinha pra quem tem conta no vermelho e não sangue azul. Aquele que vai pulando do seu quadrado ao seu quadrado, na intenção de chegar ao céu riscado, e ganhar sossego. O tropeço deita ao chão. O giz que fez as marcas riscará em volta desse e inutilizará aquele lugar de pisar. Vermes que fazem peso sobre a terra também farão sob ela. Ela deu, ela tira. Ela dá, ele tira. Mas ela sabe prender. Domínio material. Corpos vazios. Ética do jeitinho. Forçados cóxis expostos por simbiose ao ambiente. Ambíguos umbigos que se retraem ou se mostram. Piercings presos ou pintados. Mão na roda é pé descalço quando a areia é fofa. Só meias-fases de energias vitais ligadas. Logados no lesco-lesco se dilaceram unilateralmente. Macintoshes que morrem e viram sucata eletrônica. Trabalhos que matam e Jobs que morrem viram lendas. Salário digno é coisa de outro mundo. O primeiro. O futuro. Modas de viola. Os últimos. O passado. Gentes de outros modos. Não pegam mais em cabos de enxada. Assistem TV a cabo. Cabra macho está se transformando em gene recessivo. Nada está virando. Estão virando. Lembranças d’O Vira. Tacam Mamonas. E dançam com os barulhos das bolinhas, como Portugueses dançavam com o marulho do mar, antes de supostamente descobrirem as terras de cá. E depois, cansados de ver e usar as carnes que estavam às mostras, cobriram-nas com panos, que hoje são pouco usados, e os planos mirabolantes de descobrir novas terras caem logo pela já conhecida, onde tudo está descoberto, e não há cartas nas mangas, pois não há mangas. Difícil é desvendar um olhar, que consigo traz o mistério.