Os desencontros o deixavam tonto. E cada vez mais vinha à tona o desencanto. Talvez estivesse mesmo sofrendo por carma, e não tinha calma. Diria que era injustiça, caso fosse caso de casos de outras vivências em eras passadas, como intencionavam algumas crenças, mas não: sabia dos erros que cometeu nessa, e justificava o penar nas penas de escrituras que sangravam sagradas pelo mal cometido ontem, antiontem, in the last year. In the new, rebobinava a fita porque a ação não andava. Foi por aquilo, deixou aquela brecha no rastro, lascou-se, pisou em madeira quebradiça e depois quis juntar os galhos com cuspe. Olhou na íris dela, a sua amada do momento; viu o medo de um futuro conjugal que emanava do espelho de su’alma. Deu-lhe flores, e ela riu, pois eram de plástico, e nada duraria para sempre, que ele ficasse só, com as suas penitências. Ele achava que podia compartilhar, mas, para ela era muito chororô. O chamou de moça. Virou corno manso. E ela se foi, como chuva passageira de verão. Deixou estragos: Um homem com boca de bueiro que só palestrava aos seus pares com palavras fétidas. Logo esbarrou em outra, em outra, em outra, e já não sabia de que forma proceder. Flores de verdade murcharam na sua mão, aguardando o momento da entrega que nunca chegou a acontecer; pétalas caíram ao chão, com o alvoroço do vento que o lembrava do seu não merecimento. Não era mérito: era sorte. Não pronunciava a palavra contrária para não chamar maus agouros. O passar do tempo que rangia como porta velha todo fim de ano lembrava que por mais que não dissesse, ele estava lá: o azar. Ou pra ter um pouco de esperança, a falta de sorte. Essa poderia acabar. Não. Sim. Positivamente. E continuava a esbarrar, daqui, de lá, achando que uma topada de ombro poderia mudar todo o percurso. O inverso, murros na cara serviriam para pagar as suas aberrações de burrice borrifadas barbaramente, o deixando tonto, desencarnando o desencanto, ficando menos suscetível aos desencontros. Se é que era possível. Se é que tudo é possível.