Cansava-se.
Tanto de andar contra a corrente e sempre ser empurrado para o outro lado,
quanto de ir junto com ela e nunca chegar à bendita ou maldita cachoeira,
podendo após desaguar nalgum lugar. O sol sempre nasceria, a não ser em dias
cinzas, e a cada qual, claro ou escuro, um novo leque de variáveis x nos eixos
Ypisilons. Mas um horizonte sempre em aberto conjumina com uma conta na venda idem.
E a dona cobra. E o tempo cobra. Impossível fazer contas. Irrelevante a
quantidade de ‘experts’ em matemática ao dispôr. O depois sempre advém do agora, enquanto os grandes crânios não descobrem as brechas no tempo-espaço pelos
buracos negros ou de minhoca. E quando o cobrador bate à porta se esconde num
buraco de tatu dentro de casa. Silêncio total. Não é má pessoa. Apenas está ‘ruim
das pernas’. Bolso furado. De um tamanho que possibilita passar diversas variações
de animais. “Burro!”. Urra só. Só urra. Não esboça outra reação que não seja
essa. E de uma reação descobriram a partícula de Deus (Bosón de Higgs). Ele
reza baixinho. Quase nem se ouve. Já fez penitências e teve pedidos atendidos.
Já viu outros que não fizeram, blasfemaram e conseguiram mais. É do time do ‘menos
é mais’. Não torce pra ninguém. Torce a roupa e põe no varal, lembrando o que
ouviu dizer das lavadeiras que faziam o procedimento de limpeza das vestimentas nos
rios, com as correntes. Uma cachoeira de ideias surge na sua mente.