Ele
previa o imponderável. Era um dom? Era um dono do próprio nariz! Colocava as
fuças onde bem quisesse. Mas nem sempre queria. Sabia. De antemão. Que fumaça
de carvoeiro deixava as narinas sujas. Queria 24 horas de limpeza? Nem
Bauer. Nem Bayer criara remédio tão mágico quanto isso. As crostas protegiam. A
inversão do êxodo rural ocasionaria a morte de todos os seus descendentes. O ar
rarefeito do amontoado de gentes mínimas de esperanças que habitam os
conglomerados de cimento e fumaça já era parte do código genético. Agora além
do daqui pra China seria daqui pra outras galáxias. Outras ordens sintáticas.
Novas táticas de sobrevivência. Antevia. Estar limpo para o sempre? Não. O sempre sempre acabava. Pulava fora de prognósticos malfadados ao insucesso como
o marinheiro que vê o bote encharcar de água. Saber nadar não seria uma opção
nesse momento. Agora: quando tinha o que não queria aceitava quando era
preciso. Uma necessidade zombeteira dos acasos do destino. Uma resignação por
falta de opção de ação. Uma fração. Um lapso que só aconteceu devido àquela
determinada curva; àquele minuto a mais ou a menos. Sinapses peixe-piranha que
comem todo e qualquer mastigar ruminante de pasto das possibilidades. Imagem de
inverdade? Não duvide se algo além do compreensível bater na porta do dia
comum. É o modo de enxergar que faz do susto o salto para o sul ou o norte de
uma ideia. Viagem! Pingue-pongue. Leva e traz tem de monte. De mote. De mover.
De matar. Basta um busto de desconfiança. Besta: um animal, uma entidade.
Critérios de classificação. Pontos corridos. Mata. Mata. Há tempos ouvia a
máxima de que “a vida era vida”. Era ampla. Dava essa abertura tremenda.
Tremia. Mesmo tendo a consciência plena de que o próximo ovo seria mole. Planos pra quê? Por isso nem pedia como
queria. Deixava ao critério do que viesse. Ser dono de um estabelecimento era
um dom. Antever o que o cliente quer. O mundo era seu estabelecimento. Agora era usar de todas as faculdades. Prestar vestibulares. Saber. Chutar
respostas. Antes de tudo perguntar. Usava seu olfato apurado. Algo não cheirava
bem. Mas isso já estava escrito. Nas primeiras linhas...
Escrevendo por Música. Compondo por Literatura. Inspiração advinda do cotidiano, da realidade. Buscando preparo, e sorte de menos azares.
sábado, 29 de novembro de 2014
quinta-feira, 20 de novembro de 2014
Untitled
Fim
de ano é isso: Vários se reúnem como se estivessem em um imenso jogo de cartas de
que todos devem participar; cada um tira a sua, olha o naipe e esconde; depois
de um tempo tudo será revelado. O resultado deve ser satisfatório para todos.
Ou estipula-se um preço por essa jogatina, ou pede-se o que se quer como paga. “Secret
Broda”. Surpresa!
“A
pessoa que eu tirei é assim, assim e assado...”. Não literalmente, se não
apostariam naqueles (as) que andam com as pernas muito abertas. Problemas nos
fundilhos. Mesmo sem fundos têm que angariar a grana para poder estar em meio
às celebrações. E o amigo oculto se revela. Talvez o pior inimigo.
Intimidades
com quem não se gosta. Inimigo íntimo. O pior. Mas segundo aquela máxima “os
amigos perto, os inimigos mais ainda!”. Livros de auto-ajuda para aqueles que
se julgam seus piores inimigos.
E
no verão chocolates vão derreter nos 'amigo-chocolate'.
Certa
vez participei de um desses. Dei uma barra do doce de cacau marrom e ganhei um aparelho de barbear.
Na época ainda era imberbe, cara limpa. Não achei ruim. Só acho que o fato só
ajudou a me desprender mais do açúcar.
No
Brasil a celebração do Dia do Amigo é 20 de julho. Parceiras são desfeitas,
feitas e refeitas a cada dia.
20
de novembro. Dia da Consciência Negra. Comumente vejo que “os próprio preto não
tá nem ai pra isso não”. O preconceito ainda está implícito. Como um inimigo
íntimo que não se conhece.
Chocolate
branco não é preferência nacional. Acho. Temos que resgatar a nossa descendência
para uma sociedade mais igualitária. Assim ascender. Tenho certeza.
Em
2008, Nas não pôde lançar um álbum com o título N.I.G.G.E.R. Foi rotulado como
fortemente racial. Virou Untitled (Sem título). Se um negro fala algo do tipo para
outro negro assume diferente conotação. Como no recente caso do Sul, além
daquela branca que ficou como porta-estandarte da representação racista, havia
negros participando dos xingamentos. Ai pode?
Questões
complexas que para serem aprofundadas é necessária ‘uma cota’ - na gíria que significa
muito tempo. As cotas, por sua vez, vêm trazer um paliativo para o descaso
histórico com a população negra. Muito tempo.
Fim
de texto é isso. Até o próximo, ‘my nigga’, ou ‘my broda’.
Assinar:
Postagens (Atom)