Branco.
Folha em branco. Tela em branco. Tanto em branco para o novo ano que dá até
branco na hora de listar tudo que é planejado na intenção de completar os dias
vindouros – em branco – com as melhores tintas coloridas que puder encontrar. Na verdade as fontes precisam ser pré-escolhidas e não adquiridas a
esmo, mas também não se pode descartar tons que aparecem onde menos se espera.
O ‘se’ entra em meio a muitas frases. Como o ‘mas’. ‘Mas-se’ é assim que tem
que ser, assim será! Só que não! Janeiro passou em branco. A postagem que iria,
não foi, muita coisa que iria, não foi, e muita gente que se quer cogitava que
pudesse ir, foi dessa para melhor ou pior ou nenhuma, sem mais nem menos, sem
nem enxergar a luz branca no fim do túnel antes de se fixar no derradeiro
branco, que antecede o preto total. E ai, no primeiro dia do segundo mês, surge o
computar do que foi preenchido nos trinta dias em branco de um novo ano que
ficaram para trás, se houve cores, ou foram nebulosos, ou só preto-no-branco,
na rotina de assistir telejornais matinais antes de sair para o trabalho e telenovelas
nas noites, antes, durante ou depois da janta. “Anta que manca balançando as
ancas”. E figuras de linguagem serão sempre subterfúgios, como computadores. Em
programação, quando a intenção é usar e abusar dos mecanismos do sistema
binário, se tornando o Sr. dos comandos, a tela pode ser preta, e as letras que
preenchem o espaço são cinzas ou verdes. Isso só vem ao mundo agora porque
antes, muito branco prevalecia após o cursor...