A quarta lua de sangue seguida banhou o solo
de chuva. As nuvens que a encobriam prenunciavam a água que cairia. Algo
cíclico, sabido de antemão, como as quatro estações do ano que se precedem
continuadamente; como aniversários; como fenômenos aparentemente sem solução
que a ciência busca explicar pela repetição do mesmo fato um sem-número de
vezes, obtendo iguais resultados (há gravidade).
A primavera pediu passagem como pede em todo
setembro no Hemisfério Sul, junto ao equinócio, com americanos da parte de baixo do mapa instituído buscando
seus lugares ao sol – ou à sombra dele. Mistérios com diferentes desdobramentos
para povos de outras nações, religiões, “ões”. 'Nivers'. Signos. A própria
língua é determinante com seus significantes e significados desde Sausurre. E
quem mora no Japão não viu a Lua de Sangue como quem mora no Brasil. Óbvio. Não
custa nada frisar o ângulo direcional que cada qual lança às diferentes
verdades. Como a significância das luas, da época do nascimento ou das mais
recentes de tom vermelho: Danger: Anúncio do fim do mundo; coincidência com
datas Judaicas; recados interplanetários. Em tons mais amenos: a lógica da razão
científica. Fenômenos mensuráveis tais quais os elementos que compõem esse
planeta – planetinha ou planetão, como queira a entonação -, parte desse
sistema solar, desse universo. Existem outros? É difícil ter profundidade em
temas não tão conhecidos, e o não saber para muitos é sinônimo de medo. Pelo
medo forja-se o discurso da dor em antagonismo ao amor, duas portas que
teoricamente se abrem para patamares mais altos ou que fazem escorregar aos
confins mais escuros.
As guerras mais necessárias são aquelas
travadas no íntimo, no dia a dia, longe das mãos de indústrias bélicas que só
visam lucro, de países do Hemisfério Norte que se acham o centro do universo.
Quem se incha muito estoura. É preciso encher o pulmão de ar ao ponto de poder
voar até a ascensão que se quer.
O Oriente Médio é um campo minado. ‘Primaveras
Árabes’ (licença prosaica) fazem muitos seres sucumbirem. Primaveras alegres a
quem busca o melhor para si e para os outros! Se auto-ajudar, de preferência
sem livros de auto-ajuda, é o primeiro passo para escrever o nome em estórias
reais, e, (por que não?), na História Universal, partindo do próprio universo
(parodiando Tolstoi). Comemorando todas as passagens de primavera. Rígido vindo
outro outubro.