Tudo não passou de sonho. Tudo não passou de vida. O cortejador se tornou bobo por utilizar de ferramentas arcaicas e lentas em suas investidas, quando o que se espera é velocidade de banda larga na modernidade on-line.
Foi preciso tempo. Preparar um terreno, traçar um plano, chegar ao objetivo, objeto, motivo de escárnio numa terra onde dedos de palma tocam em palmtops certeiros como torpedos, e réplicas, tréplicas e infinitas saudações são curtidas, deglutidas, aglutinadas por faces não rubras.
A resposta do público (ou do alvo) demorou a chegar. Enfim, veio. Junto com ela, o estupor de uma imagem que anunciava o fim dos sonhos com a princesa, por ela – a moça -, ter encontrado o seu par, equiparados em número e grau, não em gênero. Uma, um. O casal real estava feliz e todos os súditos também, então não havia erro. O jeito era ir embora montado nos burros que já tinham dado n’água. De novo e de novo.
No fim, nunca iria deixar de cortejar. Estava em seu sangue plebeu. Ao mesmo tempo – e por isso mesmo -, nunca iria deixar de ser bobo, por todas as tabernas, reinos, círculos e redes sociais que passasse.