A
meta é seguir. Chutando pedras de cascalho que estão em meio aos trilhos. No
interior, nos interiores, ultimamente vagões usados para carregar cargas. Peças
de ferro, corpos de carne e osso. Não são mais levadas pessoas, famílias,
cheias de trouxas para estadias em lugares longínquos, bancos estofados,
restaurantes de talheres e louças tilintantes ligados umbilicalmente aos outros
recintos do comboio. Paisagens passavam vagarosas. Olhando a vida de soslaio,
tudo hoje em dia passa muito rápido.
Na
meta, defendendo com luvas, um golpe de olho pode ser fatal. Se o objetivo é
guardar redes as ferramentas se gastam no trabalho. Roupa suja é demonstração de
esforço. Trajes novos, limpos, de marca, são ostentação, alinhamento com os
novos tempos. Asseados assanhados.
A
meta de quem ataca é forçar a linha defensiva dos exércitos que privam a ascensão.
Traves e travessões: — Entraves, aros. Tabelas. Pontes aéreas com chuás nos
hotéis para lavar a alma. Representando a contento as cores do próprio time, o
time do indivíduo, da classe, da bandeira em que se encaixa seu orgulho, sua contemporaneidade.
Veleidades abalam equipes. A seta deve estar apontada para cima, verde.
Seguindo
sobre o trilho, planando, maquinário artificial inteligente. O atrito deixado
de lado. O trem voará sobre os trilhos e, para seguir nos trilhos do futuro é
preciso ao menos entender um pouco as novas tecnologias, colocar o coração quente
na carcaça fria, jogar lenha, carvão, dar um gás, fazer das tripas o "bobo" em
tudo o que se faz, indo em linha reta e se segurando nas curvas em direção à
meta. "... Assim que é, sem proceder não para em pé...".