sexta-feira, 2 de junho de 2017

Dos trilhos

Imagem: Projetado pelo Freepik

A meta é seguir. Chutando pedras de cascalho que estão em meio aos trilhos. No interior, nos interiores, ultimamente vagões usados para carregar cargas. Peças de ferro, corpos de carne e osso. Não são mais levadas pessoas, famílias, cheias de trouxas para estadias em lugares longínquos, bancos estofados, restaurantes de talheres e louças tilintantes ligados umbilicalmente aos outros recintos do comboio. Paisagens passavam vagarosas. Olhando a vida de soslaio, tudo hoje em dia passa muito rápido.

Na meta, defendendo com luvas, um golpe de olho pode ser fatal. Se o objetivo é guardar redes as ferramentas se gastam no trabalho. Roupa suja é demonstração de esforço. Trajes novos, limpos, de marca, são ostentação, alinhamento com os novos tempos. Asseados assanhados.  

A meta de quem ataca é forçar a linha defensiva dos exércitos que privam a ascensão. Traves e travessões: — Entraves, aros. Tabelas. Pontes aéreas com chuás nos hotéis para lavar a alma. Representando a contento as cores do próprio time, o time do indivíduo, da classe, da bandeira em que se encaixa seu orgulho, sua contemporaneidade. Veleidades abalam equipes. A seta deve estar apontada para cima, verde.

Seguindo sobre o trilho, planando, maquinário artificial inteligente. O atrito deixado de lado. O trem voará sobre os trilhos e, para seguir nos trilhos do futuro é preciso ao menos entender um pouco as novas tecnologias, colocar o coração quente na carcaça fria, jogar lenha, carvão, dar um gás, fazer das tripas o "bobo" em tudo o que se faz, indo em linha reta e se segurando nas curvas em direção à meta. "... Assim que é, sem proceder não para em pé...".   



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