sábado, 18 de setembro de 2010

Simbologia

Não se pode grifar necessidades descartando o que está entre os hífens – e, portanto é complemento pontual – ponto.
Entre vírgulas, atritos, contritos, coisas que se fazem pausa, pra dar fôlego ao que vem, comprimidos diários de continuação de fluxo, palavra, frase, texto.
Palavra.
Isto aqui é uma frase.
Seguindo pelo espaço-entre, nas entrelinhas e nos sub-liminares, há contextos que fogem, ou que acham, e tudo fluirá na maior exaltação do todo junto, que por mais que se diga agora, texto, depois, texto, no final o texto se dirá por si mesmo, a não ser que não seja um.
Avesso pelo fica frase a. Osseva olep acif esarf a. A frase fica pelo avesso.
?
*Pra lembrar: O quê?
Por mais que se diga algo fica por dizer. Uns pensamentos, uns sentimentos, às vezes não têm tradução na linguagem palpável, são apenas pra serem sentidos, pensados. Penso que trabalho com a palavra. E que trabalho dá!
Tentar fugir do óbvio momento luz da idéia clareada pelo sopro de inspiração, captado tanto aqui quanto ali e transforma-lo em próprio, particular, pelo universo das vivências, leituras, influencias, tessituras, macrobióticas vicissitudes de nevoeiros lusco-fuscos. E depois? Pra alguém o querer como lido tem que ter o insight de identificação, então, ou o íntimo se aflorou de ambivalências, ou o interno é soma + de todos os externos outrem.
O inferno é outrem. Comparação. Querem ditar o certo, o que seja =, a mesma quantia de $, status que não é quo, é coisa, que quando se coisifica demais não há adjetivo que denomine: coisa: essa se define por e como. A moeda é um símbolo. A sorte está lançada. Jogo-a pra cima e não escolho nenhum lado. Ambos. O acaso é meu destino.
Quando completar o me &... reticências não acabam.

domingo, 12 de setembro de 2010

Sobre o nada

Escrever sobre o nada. E se cogito o nada, elevo-o ao nível de algo, que é alguma coisa. E dentro do nada está tudo sobre o nada, que é alguma coisa, que é algo.
Não. Escrever sobre o tudo, e nesse tudo está o nada, afinal, tudo não nasceu do nada?!
Que nada, não dá nada. Buscando se consegue um tudo tanto quanto queira. O ruim é no final das contas, tudo dar em nada. Mais que nada, “sai da minha frente que eu quero passar” (ao som de Babulina).
Uma reflexão pura é um pensamento sobre o nada, olhar além, paisagens passando calmas, nuvens indo da esquerda para a direita, se afigurando e se desfazendo, e nenhuma questão é desfeita, pois nada foi formulado. Tudo nos apetece e nos salva da petrificação, da caída, num buraco que, conosco, fica completo, cheio, de nosso tudo, que mesmo após anos não vira um nada totalmente, por mais que as entranhas do planeta suguem o sumo humano, sempre restam os detritos: a marca do homem no mundo.
Sem nome, posses, fama, irá para. Contudo, mesmo com o tudo, isso, o nada aguarda, restando sob o céu e sobre a terra, algo de tudo que foi para o nada.
Intrínseca dicotomia.Com sede de. Sem vontade de. Tudo e nada. Tudo é nada.

sábado, 4 de setembro de 2010

Viagem

Partirei com coração partido. Não esquecendo que formamos um triângulo: Eu, você e a nossa amizade. E não temos ciúmes. Ela se doa igual para os dois e nós também pra ela. Agora, nesse momento, cada qual vai ter que ficar com uma porção dela e, na nossa relação aberta, nos permitimos uma outra no pedaço: a saudade. Pra onde vou não se traduz. "Sei que ainda vou voltar, para o meu lugar..."...