sábado, 31 de dezembro de 2011

Cores de fim de ano

O sinal está aberto, está verde! As renas passaram. Foi dada a largada. 

Muitos vão fechar o ano no vermelho, depois dos amigos secretos que se mostram, das compras natalinas na rua Treze de Maio em Campinas, na 25 de março em São Paulo, ou em outros centros de compras afins espalhados por toda a extensão territorial do país. 

Dentro da América do Sul, abaixo da linha do Equador, a brincadeira será com bolinhas de barro, numa representação de neve marrom, e não branca como comumente se vê. A original, por sua vez, só cai às vezes, ao sul desse país da América do Sul, sendo muito curtida, quando não causa desgraça, e isso não é raro. A desgraça é dos pés amarelados que amassam a terra batida laranja, abatidos com as chuvas de verão que vêm ciclicamente pós-fins de ano, mas com esperança no sol amarelo e laranja que há de brilhar de novo e de novo e de novo, e secar as solas, as lágrimas incolores das famílias majoritariamente negras que saíram das senzalas e se acomodaram mal nas favelas. 

Comunidade de comuns. Bonés vermelhos sobre os cabelos raspados. Barbas ralas. Pretas. Bigodes de Robin Hood’s, ou de ‘Beirarmares’. O saco de papais é de juntar latinhas. 

Toda a preocupação é pra depois. Por ora, vamos pensar só nos fogos pirotécnicos multicolores e na prata dos espumantes e bolinhas d’água das garrafas de cerveja. 

Bebamos. 

Comemoremos o anil da bandeira com doses de licores, lentilhas de cor musgo, pernis avermelhados. 

A esperança é verde, e amadurece a cada novo ano.

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