quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

É o fim dos mundos!

É o fim do mundo em espaços abertos. Pessoas vão aos shoppings sem nenhum propósito, simplesmente vão, por ir. 

O sósia do Quentin Tarantino termina o seu cigarro na porta de entrada, próximo ao estacionamento. Sua esposa o espera. Depois da última tragada e soltada de fumaça dá a mão a ela e se dirigem para dentro. O corpo de Shrek, a camisa de um time das camadas populares do Estado de São Paulo que disputou um título de Campeonato Mundial e ganhou. É o fim do mundo dentro dos gramados.

Prestes ao fim do mundo previsto pelos Maias, o quase Quentin passeia. O seu próximo filme, Django Unchained estreará nos States no dia de Natal. Por aqui só no ano que vem. Se vier. Uma diferença de datas como a que separa os dois extremos do mundo: quando aqui for amanhã, no Japão será o dia depois de amanhã. 

O diretor e sua mulher ensaiam. Adentram o centro de compras e começam a sequência de passos do nada para lugar nenhum. Olhar vitrines, depois de terem tomado o café da manhã à tarde, em uma padaria chique do bairro granfino onde moram. Lá, uma hostess dos pães delimitava bem sua comissão de frente com uma fita abaixo dos seios. Toda classuda, exibia um porte de aeromoça com suas vestes de cor bege contrastando com os adereços marrons – vide a fita -, e, o nosso Tarantino a percebendo, gostará de tê-la no casting de seu próximo trabalho. Pelos olhares que ele percebeu dos outros clientes solteirões da padoca que esperavam seu frango assado que traz consigo o cheiro do fatídico dia macarrístico da semana, assistirão ao filme daquela bela anfitriã como assistem a carne branca que tosta dentro do vidro: como cachorros. Babando muito. Enquadra a cena, o diretor. Está de férias, o casal. Guarda na mente o take imaginado. 

O ar-condicionado quase sempre faz pessoas assarem diante dos vidros das lojas enfileiradas em corredores.

Por isso, é o fim do mundo vestido! O planeta se desgasta tanto que parece faltar roupas para as mulheres ‘cobrirem suas vergonhas’. É um atentado ao pudor. Tudo bem: é verão. O país é tropical, e devemos dar graças por ele ser abençoado com belos exemplares do sexo feminino. Vários santos. ‘São Pernões’! E não há como ser incrédulo. Ele se faz presente. Eles. Elas. Como dizem alguns, “até pernilongo respeita”, e se realmente é uma força natural ou ‘sobrenatural’, é o fim das fábricas de repelentes. 

E vivamos o hoje como se o mundo fosse acabar amanhã. E se a vida é enfadonha, sempre teremos os filmes para viver outras vidas em outros mundos. E a maior prova de que o mundo sobreviverá são os próximos lançamentos já agendados até agosto nas grandes redes de cinemas. 

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