Houve um tempo em que mirabolava pensamentos esdrúxulos. Coisas tão vãs que todos o questionavam se a sua mente realmente era sã. Um pária para a família, para o bairro, até para a pátria. Não havia nenhuma filosofia. Apenas pensava assim, não sobre. O verbo haver nunca estava no presente. Talvez por muito ainda a ver. Ou apenas pelo simples fato de não ter chegado para ele o momento de ter: aquela experiência; aquela sensação; aquela vida. O que para os outros era mais fácil. Como a comprovação da gravidade pelo objeto que cai um sem-número de vezes seguidas ao chão, quando jogado. Era tudo relativo, como a Teoria da Relatividade: ele que pode ser eu, também pode ser você; você que tem um pouco dele, de mim, de todos. A conjunção cósmica que a física quântica representou em filmes, em séries, em livros. Os vários mundos possíveis concomitantemente. Os diversos ‘eus’ que habitam universos alternativos. De versos ou de prosas. Ou os lugares comuns das verdades mastigadas e cuspidas que perambulam a esfera do Pop, que não chega a ser popular, que se bifurca para lados opostos quando é mudado o hemisfério, ainda mais em se tratando de galáxias. Ele queria ser inventor. Como os grandes gênios de outras épocas que facilitaram um pouco a existência no globo pela invenção de apetrechos e sistemas, ou aqueles que retrataram o perambular dos seus pares contemporâneos pelas folhas escritas, em prosa ou verso. O adverso parece fortalecer o espírito de quem quer alcançar os espíritos que vivem. Espírito como essência e não como alma; como aura, como queira. E ele ainda segue, agora sabendo que o pensado outrora era digno de se jogar fora, e tentando fazer girar todas as engrenagens da máquina chamada cérebro, o que não o levará a ser célebre, mas esse ato o levará a celebrar uma noite de sono e de sonhos, o que consequentemente trará uma reinvenção de si mesmo no próximo sol que surgir, e tudo aquilo que não foi pro lixo das sinapses falhas, terá sido absorvido pelo âmago, coisas vãs ou não que lhe trarão sanidade momentânea.
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