As brumas se embromam e o sentido se esvai pouco a pouco. Não há refúgio em Brahmas, nem em um embrenhar em matas. O mato está seco. Até Vanessa veio de lá para cá. E aqui, todos mais cá, que lá. Caídos. Caindo. Como frutas verdes de árvores. Como pássaros acertados por estilingues. Brincadeiras de moleque. Ele não teve. Não tiveram. Não tinham tempo. Tapados que não assistiram Topo Gigio, mas sim águas correndo pelas ruas, na tela onde a imagem exibida era a do local onde moravam; como um filme da vida real, como um vídeotape com os melhores momentos dentre os piores. Aglomerados. Conglomerados. Lotações. Loções após barba que não são usadas. Barbas por fazer maquiam faces marcadas pelos anos, pelos sóis. Há fios de suor que escorrem. Pêlos queimados: quase matagais em chamas. Um mulato que fica negro por vários cânceres do meio-dia. Ultravioletas. Raios que partem. Outros povos de mundos similares ou mais avançados assistem. Insistem em rir com as insistências dos erros consistentes. Binóculos de tecnologia avançada. Enxergam buracos negros. Os que são observados usam óculos de lente preta, comprados no camelô. Camelos pastam na areia movediça. Nos pântanos de concreto. Caquéticos meninos novos não sabem de outros planetas. Nem de estados. Nem de países. E ele pula a poça para entrar na carroça hi-tech. Corrimões por onde passaram mil mãos. Bactérias. O reino Fungi é forte. O carro forte é fraco, pois está sendo guiado por bípedes falhos. Fulos. Só carregam os pacotes. Sentem o cheiro, lambem o beiço, mas o gosto é subjetivo. Deve parecer isso ou aquilo. Só sabe quem tem a chance. A vez. A voz dele tosse. A gripe é do ar-condicionado. Condicionado a tomar remédios. Os anticorpos já morreram. Ante um corpo morto, muitos são indiferentes. Ele não. É um corpo-morto no tempo-espaço. Vive.
Escrevendo por Música. Compondo por Literatura. Inspiração advinda do cotidiano, da realidade. Buscando preparo, e sorte de menos azares.
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013
Semanário 5
BENTO XVI CANSOU DO CALO APERTANDO O SAPATO E QUER VIVER COMO UM CHICO BENTO. A notícia da renúncia do papa causou impacto no mundo todo. Num átimo, o pontífice tomou a decisão que achou mais propícia ao seu momento pessoal. O representante do Céu na Terra – segundo os preceitos Católicos -, foi muito recriminado pela sociedade em geral por defender a prática do ato sexual como sendo possível apenas sem preservativos, posição explicável pela visão do sexo só após o casamento, mas, abominável por estarmos em pleno séc. XXI, onde a liberdade carnal predomina. E justamente na época da ‘festa da carne’, Joseph fez seu anúncio, deixando muitos ‘Josés’ ao deus dará.
CORÉIA DO NORTE FAZ TESTES COM BOMBA NUCLEAR. O raio que caiu na basílica de São Pedro momentos após o pronunciamento do Papa pode tanto ter sido um sinal do outro mundo, quanto um efeito colateral dos testes feitos pelo outro lado do mundo. Os Estados Unidos – sumos defensores de todos os mundos (inclusive contra os ataques extraterrestres do cinema e de um possível ataque alienígena real) - foram chamados para tomar uma atitude que freie o impulso bélico de destruição em massa, ainda mais quando um anúncio de conclamação à guerra foi feito por TV estatal da Coréia. O clima está tenso! Por ora, que fogos de carnaval alegrem as vidas e que as cinzas só sejam da quarta-feira. Que ainda não venha a 3ª Guerra Mundial, nem a 4ª, e que possa ser lançado o próximo álbum de Erykah Badu.
‘A MOCIDADE ESTÁ MAIS ALEGRE DO QUE NUNCA’. Foi assim que Sandra Annenberg fez a chamada da matéria que falava sobre o bicampeonato da escola de samba Mocidade Alegre, no carnaval de São Paulo. Um jogo de palavras interessante para Jornalistas tão habituados ao comodismo. Talvez, justamente pela descontração inerente a essa festa, foi possível ‘brincar’ com as palavras, como os foliões e folionas - designação estranha para as mulheres que curtem folia, quando estamos mais acostumados a ver ‘foliã’-, brincam pelas ruas, parques e avenidas. Pelo que vi e ouvi, muitos estagiários das redações saíram para cobrir os desfiles e blocos, como um teste para as futuras matérias sérias, enquanto os mais experientes descansavam, ou cansavam de tanto pular, cair e levantar.
A MANCHA-VERDE FOI REBAIXADA, COMO UM ESCORREGÃO NUMA MANCHA QUE FAZ CAIR. Para o torcedor Palmeirense não está nada fácil. O time já havia sido rebaixado para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro, e agora a escola de samba da torcida também cai. Um teste para corações e nervos do qual os mais antigos ‘verdes’ já estão acostumados, sabendo que toda agremiação que participa de qualquer tipo de disputa está fadada a glórias e/ou fracassos; fases ruins e boas; tempos de plantar e de colher – como está em Eclesiastes. Para os mais novos, é uma prova para saber se conseguem aguentar um período não tão bom, para depois terem a bonança. A fé de Jó. Em jogos, sempre envolvida. Como se santos torcessem.
PARA JOGOS, CARNAVAIS E GUERRAS, ATÉ PODE-SE QUERER CONTAR COM A FÉ, MAS O QUE VALE É O PREPARO. E ALGUMA SORTE.
sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013
Danças do tempo
Dançavam
conforme a música dos pingos d’água que caiam incessantemente sobre os corpos.
O calor de brasa fazia com que as gotas se evaporassem rapidamente. Presentes
compartilhados. Passados superados. Futuros almejados. Espíritos calejados.
Estados sólidos da matéria que poderiam se permitir ficar gasosos e voar com o
vento ou, dependendo do caso, serem maleáveis como o líquido. Passo a passo,
mão com mão, para não haver queda. Pulando as poças. Emergindo de fossas. Ir para
a roça seria um refúgio e não uma figura de linguagem para alguma perda. Não
havia peso e medida para saber o que significava. A balança não pendia, por
precaução dos instintos ponderados. Tudo nos pontos de vista: como os grãos que
um astronauta vê na Terra, olhando de cima; como a beleza relativa de um filho
para a mãe; como o valor de vidas que não podem ser mensuradas e que mesmo
assim se vão aos montes todos os dias em todos os cantos. Também surgem outras.
E o choro é canto que encanta como uma música boa para os ouvidos por trazer a
novidade de timbres e melodias novas, como pode enfastiar ao longo de
madrugadas fatigadas sem sono, na balada do bebê bonito (na maior parte das
vezes eles sempre são). E são o pai reveza, para que o filho permaneça a salvo.
E irá ensinar os passos das músicas que todos dançam, irá ajudar a levantar,
irá incentivar nos bailes. Se for balé, que seja. O que vale é a felicidade. O
resto é balela. E ela é subjetiva. Encontra-se nos subsolos. Onde todos ouvem
os seus sons prediletos nos periféricos externos e todos os seus sons internos
mutuamente, até os preteridos. E isso vem das danças. Dos que dançaram –
literalmente ou figurativamente. Mas nessas horas estão todos parados, sentados
ou em pé, nas viagens do dia a dia, entre um local e outro, nos intervalos da
emoção, ou se emocionando com simples sinais do tempo, como o sol, o vento, a
chuva.
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