Ao mesmo tempo em que repulsava, intrigava, fascinava, desgovernava aquele coração bobamente tolo. Naquele frigir, naquela fricção de egos, poderia existir um elo, como o de peças que se encaixam de tanto forçar. Pela experiência, pelo empirismo, era sabido que forjas extremas são rechaçadas rapidamente. Ou nem isso: apenas não colam. Não grudam. Não dá liga. Liga? Mas ele queria pelo menos parcos momentos de carícias em pêlo, partilhando a comunidade de animais da espécie humana, simples e básico como num instinto de macho que cheira os feromônios da fêmea no cio. “Xiu!”. Nem um pio. A cisão era inevitável. Pois antes da desdenha há a compra. Pode até ser compulsória. Daquela que muitas vezes joga olhares ao léu e sai com vários peixes pacus na sua rede de ostentação, pegadora. Muitos de quatro patas que se mantiveram agachados para venerar a musa que aprendeu a andar ereta saem com o rabo entre as pernas. E mesmo aquele que viu, ouviu, sentiu, deixa de lado todos os seus sentidos para insistir em um mesmo erro. Não é nem burrice. É uma força maior! Como se aquela pessoa fosse um imã de atrair gente. E aqueles contrários, com auras de gambás, que repulsam por osmose, quando atraídos se entregam sem mensura. E dai surge a principal divergência logo de cara. E vira diversão de parque. Carrinho de bate-bate. Rato de laboratório preso num labirinto para testes de novas drogas. Encontrará a saída? Talvez, um dia. No enquanto isso não acontece, alternam-se dias de sol e chuva, guardando mindinhos dentro da luva, ou ostentando dedos médios ao deus dará.
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