sábado, 16 de agosto de 2014

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Co-piloto.
Antigamente se sentava em cima do motor, suava os fundilhos, ao lado do motô. Prestava atenção no movimento da mão direita na marcha, dos pés nos pedais. Via que não havia câmbio para canhotos.
Pensou em ser motorista.
Ouviu dizer que esses profissionais eram propensos a ter doenças no saco escrotal por causa da exposição constante ao calor excessivo.
Desistiu.
Hoje há corrimões onde antes se acomodava. Então ele fica ali, em pé, ao lado, na porta dianteira, tipo mostrando o caminho, fiscalizando, ou sabe-se lá o quê.
Escroto. No fundo não quer pagar a passagem, e se quando criança existia uma admiração inocente sem outros poréns, agora crescido o que se vê é uma amizade forjada no interesse.
“Esse é meu ponto! Tá lotado pra passar pra trás, né?”.
“Desce pela frente mesmo”.
“Brigado e bom serviço!”.
O busão agora está desprotegido.

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