Janeiro
passou com tintas incólumes, como se não houvesse existido. Natimorto. Não há
outro jeito de dizer isso. E se não nasceu, não morreu. Vida é Lispector. Vida
é Sabino. Vidas Buarques. Machado que corta cordão umbilical não mais
necessário. Assaz. Assis. Graças a Graciliano. Influencias são guias. Auxiliam
pessoas que enxergam e ao mesmo tempo são cegas. Desprender-se. Ir por si. É
preciso tatear, ver com as pontas dos dedos o barro que desmancha, afundar-se
em crateras, sentir a rispidez das superfícies ásperas. Imergir. Emergir outro.
Firme nas convicções das experiências, próprias ou repassadas. Há quem veja o
que ninguém vê, visionários, sensitivos, loucos. Há sanidade nos sanatórios.
Nos sanitários, excrementos coletados e depois analisados para decretar a saúde
do corpo: “Sai pra lá, Zika!”. Projetos de gentes escorrem pelos ralos.
Desejavam vir à tona, mas o desejo latente leva ao onanismo. Sem microcefalias.
Em sonhos, poluções noturnas. Mesmo fechando os olhos “tudo está no seu lugar, graças
a Deus, graças a Deus...”. Bendito seja Benito. Viajar pode ser físico ou psicológico.
Tóxicos podem auxiliar no intento. “É?”. Pode ser... Toda certeza subjuga, toda
dúvida traz sombras, sobras, sabres de luz bundas de vaga-lumes que só são bem
quistos nos brejos ao redor de vilarejos onde ainda não tenha chego energia
elétrica. Corpos têm eletricidade. Dão choque. Chocam-se. Átomos. Domingos se
esvaem em átimos. Jogador acometido por mal súbito pode ficar estirado no
gramado de vez sem a presença do desfibrilador. Nesse caso, acabam-se as dores.
Irá jogar o jogo do eterno. O nada. “Céu?”. Paraíso de Viracopos. Em fevereiro
tudo volta ao normal (que é relativo), após o carnaval (que é absoluto).
Partidas dão vida aos domingos à tarde. Guia é patuá. Amuleto. Sorte nas
percepções. “Manja?”. Iemanjá. Dia 2. Mês de 29. Ano bissexto.
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