quarta-feira, 25 de maio de 2016

Maio, moiô

Maio, moiô, caiu, derrubou. Derrubaram! Foi duro o golpe, e só cai quem está de pé. Quem cai está só. Só. Ou com seus pares que por desventura caem concomitantemente. Lugares comuns são óbvios. Comuns têm ojeriza a outros comuns por suporem que são eles comunas.  E se forem? Não podem existir contrários? Unidade? Balela. Jonas dentro da baleia não enxerga o lado de fora. Textos sagrados rasgados. Constituições violadas. O estado é laico. Nem toda dor de barriga é intolerância à lactose. “Tu tá maluco?”. Numa nação de fios-maravilhas utópicos todos vivem em paz. Diria Washington em Philadelphia: "Me explique isso como se eu fosse uma criança de 6 anos". Comunidade delimitada pelas fronteiras territoriais da pátria. Uns estrangeiros rechaçados tratados como quem não quer nada, julgados de antemão gente de brindes que apenas sugam suas cachaças. Outros bem-vindos por serem curtidos em tonéis mais de 12 anos. Estalar de línguas para degustar o sabor do pó branco boliviano ou colombiano esticado na mesa, potencializando a madrugada bem-aventurada dos filhos dos donos do país. Filhos com pais. Costas quentes para o dia e coxas ferventes para a noite. Estalo de dedo. Bruxos e feiticeiras de todos os tipos juntos em festança na cobertura do prédio um por andar. E quem lá embaixo anda pela rua catando latinhas pode perfurar uma delas para se esquentar com crack (pra inglês ver). “A madruga é boladona”. Muitas pedras no caminho. Ai, quem vive nela com um instrumento musical debaixo do braço é vagabundo. Pensamento retrógrado de mais de um século, quando a polícia levava para a cadeia qualquer João com um violão. Influência do jazz. Segue a rima. Mais uma nota, mesmo que seja uma nota só, destoando. Os contratantes pagam pouco, não dão o devido valor, afinal, se dedicar a tocar ou cantarolar é lúdico: “Qualquer criança toca um pandeiro, um surdo, um cavaquinho, acompanha o canto de um passarinho sem errar o compasso...”. Quase brincadeira. “Ó.ká”, era bordão de um patrão português. “Okay”. Invasão cultural norte-americana. Duas opções: Ficar livre das amarras ou colocar a camisa de força e acabar os dias num hospício com menos loucos. De pé. Mantendo a altivez. Jonas — o da baleia —, não saia! Para outros nomes iguais ou parecidos saírem logo vêm as eleições.      

Nenhum comentário:

Postar um comentário