quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Mar agridoce rosa-carvão

Imagem: Projetado pelo Freepik

Gaiato. Vadio no navio nonsense. Gaia Science para quem pense. Pode crer, crê?! Pagar pra ver deveria privar pupilas dilatadas de enxergar hieróglifos em 4K, pichados nas muralhas e seus nichos. Eitas bichos bestas rastejando nas arestas. O mar revolto em volta é uma puta pauta. Não comandar o manche ou ser um dos muitos no saguão a mexer o remo faz com que se fique no meio ermo, na passividade que impossibilita idas a novas guaridas, na mão atada que dá pegada à conivência dos fatos. "Ou dá ou desce!", "Pra cada qual o que merece!", para quem vê de posição privilegiada podem ser passíveis preces. Enfado de dizeres rebuscados? "Água mole em pedra dura tanto bate até que fura". Firulas? Pruridos purulentos em moribundos mulambentos. Vaticínios não reconhecidos pelos santos do Vaticano. Ouros sob panos. Latões divididos igualmente. Nos dentes pode resplandecer um amarelo brilhante. Papel de imprensa marrom manchado de vermelho. No encontro de palavras ocas, de bocas roucas, de bancarrotas, a impressão que fica é a de que tudo o que é vil viraliza com mais crueza, com mais certeza, num neologismo esdrúxulo, 'mequetrafake', e até terra à vista soa como alarme falso. Por uma vírgula fora do lugar qualquer "Zé" recebe nas esquinas suburbanas gritos de prisão com exclamação! Enquanto isso, quadrilha formada, pega com o corpo inteiro na botija do poder permanece chafurdando no lodo perfumado da riqueza. "Tomá no c*". Pisar descalço em pedras no caminho fatiga tanto os pés quanto as retinas. Ninguém se esquece desses momentos. Não há amnésia que apague recônditos breus de buracos negros particulares, privados. Algumas estrelas guias apontam destinos quando os desatinos parecem redemoinhos em meio às tempestades, depois de dias peçonhentos a deriva. Ladainha que se encerra derradeira, gato que pula do barco e cai de pé na correnteza, e flutua, e se faz santo, e faz firula, e no final da cascata cai. De pé de novo é gatado (gato pescado) e vira churrasco nas mãos e nas bocas dos primitivos seres de lugares pré-civilizados. A pele e a carne e os ossos e a alma das palavras estão em espeto queimando com os olhos que espreitam. Em linguagem figurativa, feminina, para parar, um toque: o sinal do mês é rosa.

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