sábado, 1 de maio de 2010

Igualdade nas aparências enganam

Veja bem... Se bem que, cada qual enxerga por um foco os fatos e por isso não há só um modo de ver e paradoxalmente, a maioria forja a visão pra determinado lado, por querer ou não, acarretando opinião similar de jornalistas diversos, talvez por que os textos dos mesmos passam pelo crivo dos editores e esses têm que manter o padrão, se não do veículo, sim do que circula.

Também, grupos se aglutinam tentando forçar mais ainda o que já é empurrado sem dosagem cabível por todos os lados. Nesse intuito, surgiu recentemente a aliança nas vendas (a qual já existente na intenção) entre O Estado de São Paulo e Veja. Quem ainda não sabia qual era a tendência política do jornal em questão agora não tem mais como dizer o contrário: Seres unos e multifacetados!

Há três semanas começou a ser vendido o pacote com O Estado + Veja, custando a módica quantia de R$ 9,90. O dia dessa venda casada é domingo, nesse dia o jornal separado custa R$ 4,50 e a revista semanal que é lançada na praça no sábado custa R$ 8,90. Desse modo o leitor terá um jornalismo interpretativo unido a um jornalismo informativo pagando o preço do periódico semanal acrescendo – teoricamente – mais R$ 1,00 para o periódico diário. Diversidade de informações, mas o ponto de vista é o mesmo.

Manuais de redação, muito bem expostos por Manoel Carlos Chaparro em seu livro “Pragmática do Jornalismo”, são os preceitos a serem seguidos pelos jornalistas no geral. Usam de retóricas nos dizeres que pregam, em ser a informação pura e clara a principal meta de todos, mas o que se vê, ou nem todos conseguem, são preceitos e padrões direcionados mais internamente para o eixo da própria empresa do que para fora, ou seja, os leitores.

Fotos iguais em revistas diferentes, como aconteceu com a tragédia no Haiti, quando Época e Veja compraram a mesma foto de alguma agência de notícias, demonstram que ou há muita similaridade no pensar dos editores ou que até um olhar além (o do fotógrafo que conseguiu captar uma foto inusitada, no caso a mão de um Haitiano presa em meio às grades, cheia de pó), pode se tornar um lugar comum.

O fato é um só, mas a verdade tem múltiplas interpretações.

Não pode se afirmar veementemente que por esses fatos a imprensa esteja ruim. Fato é que ela se tornou um múltiplo de mesmas coisas onde poucos detêm o poder da informação e fazem dela o seu principal instrumento para manter o que já é.

Mesmo com a disputa em alguns segmentos, parece que ela tende a sempre pender para o mesmo lado, que e o lado de lá de quem está fora e o de cá de quem está dentro. Continuará, não abrirá espaço para que o algo novo e inovador surja das crateras do chão tantas vezes pisado do mesmo jeito.

O jornalismo como profissão ainda é onde pode se buscar mudanças. Para tanto, há de se ter os meios, e os meios são poucos para que a força seja posta à prova. Mais será, se quem ainda acredita não se deixar ser influenciado pelo meio.

Assim, há vários fatos que nos levam a acreditar que a imprensa está ruim, ao passo, isso tem que elevar o desejo de mudança. A mídia nos influencia de muitos modos e quando analisamos bem vemos que o “modus operandi” é o mesmo, ou parecido.

Conhecer a fundo a profissão, seus modos e seus meios, é a melhor maneira de não acreditar no que vemos de cara, o exterior da comunicação. Alguns títulos de jornais e revistas tentam fugir dessa imposição e acreditar que pouco a pouco conseguem algo, e ver a alma de quem diz (escreve).

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