sábado, 17 de abril de 2010

H + que 2 ó...

Cai de pé e corre deitada, e quem está deitado que se levante e trate logo de correr. Assim aconteceu, acontece, acontecerá, sempre que vem um pé d’água e quebra as pernas de quem esta desprevenido. Noticiado foi em jornalismo interpretativo que o grande culpado não era o pai maior - senhor de todos os elementos - mas sim os mandantes da Terra que não fazem por onde para respaldar quem precisa. Sem botes para salvar vidas e poucos na arca; mas na verdade foi delegado a São Pedro o poder de quando bem entender molhar a terra tão necessitada, algumas vezes abusando com abundante quantia (redundância que representa o abuso) do que é bom, ou como dizem, qualquer coisa em excesso faz mal. Ou, seguindo ordem direta, só executa o serviço sujo, limpando tudo e muitas vezes causando sujeira.

“Menino, se sair na chuva vai gripar” foi frase ouvida por muitos na infância. Caso todos fossem seguir à risca esse conselho, acabariam as peladas no campo encharcado, os peraltas dando carrinho sem dó no amigo do peito, e sem essa pratica – do jogo e não do anti-jogo – pentacampeonato seria sonho distante, e “Ronaldos” não estariam brilhando muito por ai.

Ser o manda-chuva é o cerne do capitão de um time. Quer ser o dono das circunstâncias, burlar as regras normais e até as naturais, depois, crescido, passeia de helicóptero e vê de longe a cidade alagada, dá risada; consegue ainda cultivar seu instinto natural. A natureza reclama.

Mesmo o mais puro e convicto seguidor de preceitos de paz, se apanha, no fundo quer revidar; segue suas ideologias, conta até dez e não o faz, e fauna, flora, todo organismo reage da mesma forma. No entanto, a conta já foi perdida e, diferentemente de esconde-esconde, não importa quanto tempo passou, ou qual o tamanho do lugar da brincadeira (o globo é imenso), a pessoa é encontrada, quando não, algum dos seus pares, sangue do seu sangue, ou raça da sua raça: humanos.

Tempo fechado. Bom pra refletir, pra ler, pra ensimesmar pensamentos, quando se pode ter essas ações. Quando não é se esconder, ou se molhar, dependendo do que terá que fazer depois, qual a idade do seu pensamento. Se ainda capaz de se encantar, de se surpreender, de se sensibilizar, ou se com excesso de mundo em si, onde nada mais satisfaz, tudo já foi visto, já foi feito. Ai só dirá: “Bem feito”, mesmo quando for algo ruim que sucedeu.

Sempre gostei do cheiro de terra molhada; amassei muito barro quando marrom era a minha rua. Sacola de supermercado já me serviu de capa para tênis. Goteira foi inspiração pra composições... Ainda vejo, pingos nos tetos, todos escondidos; formulo idéias, pingos são notas musicais caindo no telhado... Um desenho que queria fazer e não fiz, uma foto que não tirei.

Ainda dá pra tirar proveito dela, tomá-la literalmente, ou do modo usual. Mas é bom fazer isso rápido, antes que o castigo fique maior e ela se torne ácida.

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