Uma mulher me salvou de não morrer.
Estávamos em um agrupamento de seis bichos, três homens e três mulheres, não obstante, a perspectiva de que era uma fêmea para cada macho não se enquadrava na verdade. No caso havia apenas um casal formado, os outros estavam dispersos no quesito afetuoso. A nossa sociedade cada vez mais se assemelha a uma selva e como toda fauna que se preze, tem diversos tipos particulares – gêneros de animais – mas em suma a espécie é a mesma.
Seguíamos nosso caminho rumo aos respectivos destinos quando abruptamente um bando de aproximadamente vinte carnívoros sedentos de sangue nos interpela de forma ruidosa e nociva. Quando noto que vão grunhindo na direção das fêmeas, por instinto de animal que quer delinear a área de domínio, verbalizo alto com rugidos estridentes na direção do bando. Na atualidade dos bichos ninguém sabe quem é quem e talvez por isso, houve uma pausa ceifadora.
Minutos depois, um dos vinte mais alterado ou mais sedento de morte – que para ele significa mais vida – avançou na minha retaguarda e me atacou. O ímpeto falou mais alto e me fez inconscientemente ir ter com esse animal covarde (que por sinal se escondera atrás dos outros), deixando-me a mim mesmo esquecido que o nosso bando era minoria, e, achando inocentemente (como um filhote que acaba de nascer), que a briga ia ser um contra um. Logo, todos os outros rodearam e começaram o ataque: patadas, coices e gestos de intimidação. Eu tentava me manter em pé; os outros da minha trupe ficaram atônitos, principalmente as do gênero feminino. Certa hora cai e estava sumindo no meio da aglomeração de pés e mãos sobre mim.
Por sorte uma das que conosco estava conhecia um dos outros (covardes) do grupo maior e tentava neutralizar o combate, enquanto eles tentavam finalizar-me. Naquele dia ela estava num estágio de pelagem (roupa) que deixava as mamas (seios) voluptuosas e isso foi o fator decisivo no cessar fogo. O vislumbre pelo olhar dos vinte e a hipnose pelo olfato decorrente dos feromônios que essa soltou, fez aqueles dispersarem e minha vida de animal racional (que às vezes deixa de raciocinar, como nessa) foi poupada.
Espero ser salvo também por alguém com algo mais do que o simples magnetismo do órgão em pêlo, pelo qual a vida surge... Me salve de não viver!
kkkkk, ótima paráfrase de si mesmo Giorgio! É por essas que te adoro!!!
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