Época de copa, jogado pra escanteio. Na mesa de bar, na happy hour, lhe dão as costas, como se tivesse sido escolhido por último para compor o time, por ter sobrado. Quando se dirigem a ele é para falarem – entre eles – qual o motivo de ele não falar nada. Não emite opinião alguma sobre o mundial. Pode até ser que tenha, mas guarda, como segredo de treinamento a portas fechadas.
Em verdade a sua atenção está toda voltada para a moça do outro lado da mesa: morena, alta, sorriso cativante, e entende do assunto bola. Até tem time, e defende o mesmo, como todos torcedores mais fanáticos defendem, mesmo quando a fase não é das melhores. Agora todos estão do mesmo lado, é copa, é a Pátria, e ele não liga. Queria sim ligar pra ela, mas, com os outros como zagueiros ferrenhos, não consegue nem lhe dirigir palavra. E pensa, e se eu conseguisse driblá-los, o assunto chave seria futebol, pentas, verdes e amarelos, o contrário do conselho do pai de um amigo para o filho, jamais fale de futebol com uma garota.
Mira a moça com o olhar, tentando alcançar a meta, o ângulo, o coração. Ela, como uma coruja em cima do travessão, está direcionada para o lado dele só que a cabeça está para o outro.
A estréia do time será na terça-feira. É o prazo que ele estipulou pra tomar coragem. Talvez seja o último do grupo e nem se classifique para as eliminatórias dela.
Como técnico de si mesmo bota fé nos seus atributos, jogadores. Sente estar menos preparado que outros, conta com a sorte, e por que não a fé?
Um lançamento nas costas da marcação e todos ficarão surpreendidos com o arremate certeiro e, na próxima escalação para a mesa de bar, estará fazendo tabela com ela.
quero ver o resultado destas partida depois, kkkkkk
ResponderExcluirabraços Giorgio