segunda-feira, 7 de junho de 2010

Espera

Ele esperava algo que iria acontecer de qualquer forma a qualquer momento, pro seu bem.
Perdido em pensamentos inconstantes lembrava a discussão acalorada que teve com a namorada no dia anterior até altas horas: a relação. Tudo por ser inconstante.
Na verdade só ouviu, nunca foi muito de falar, e mesmo assim, entrou por um e saiu por outro.
Diferente quando um mendigo disse, Marcos, você está marcado para deixar sua marca. Embasbacado ficou por saber o seu nome por boca de desconhecido, e com o teor do recado tipo profecia. Quem era aquele homem? O que ele quis dizer? Frases que ficaram só no pensamento já que antes da réplica – necessária e não de impulso – aquele ser se foi, e Marcos ficou, com sua mochila e os apetrechos usuais dentro, imaginando qual ferramenta (arma) usaria para cumprir o seu destino; pelo menos daquele dia em diante não seria tudo igual.
Sempre quis ser mais. Em criança, adolescente; em adolescente, adulto; em adulto, rico, mas afinal não são desejos comuns a todos? Talvez, mas ele não era todos nem nenhum, era alguém, e tinha que se fazer acontecer, e aguardava o sinal para que tudo começasse. Hoje é diferente, não está de carro nem a pé, a mochila menos cheia, só o necessário: marmita. Iria trabalhar, se fixar em algo, e algo que tanto esperava estava para chegar...
Ele esperava o ônibus.

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