quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Na Revistaria de uma Livraria. Cap. Final

Como uma revista que vai à falência e sai de circulação sem mais nem menos, sem ao menos deixar um aviso aos leitores na última página da última edição, não tenho mais meu espaço cativo na gôndola da banca de revistas.

Após dois anos vendo e vendendo capas e mais capas, comprando todo mês aquela escolhida, às vezes alguma outra por matéria que interessava, agora não vejo mais os lançamentos quando chegam, qual título tem maior saída, se bem que isso não vá mudar radicalmente da noite para o dia. A minha rotina sim mudou. Posso seguir por hora meu relógio biológico, então, vou dormir praticamente na hora em que são entregues os malotes de jornais, ou na hora em que saem de casa os motoristas e cobradores de ônibus, no ‘negreiro’, na madrugada, no nevoeiro. Mais tarde, na hora do almoço deles, pegarão em algum cruzamento do centro da cidade o jornal “Metro”, mais ou menos no horário em que eu estava indo para a labuta, quase na hora de seus respectivos almoços. Irão folhear e ler as figuras, ou ler notícias no formato de manchetes de internet, se tendo por completamente informados. Já é alguma coisa.

Eu, do lado inverso, agora que não lido mais com os fardos amarrados em cordão que chegavam todo o santo dia, de onde não sei saindo tanta informação e/ou entretenimento, várias cores, tamanhos, formatos, nomes de periódicos, agora leio mais. Antes, mais as figuras, as nuances de cores e tipografias de letras nos títulos.

Já pensei em ter uma banca minha, mas o fato de ter que madrugar (acordar de madrugada e não dormir de madrugada) é um freio, como também o desconto para consignação ser muito baixo.

O fato é que fui jornaleiro. A intenção é ser Jornalista.
       

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