domingo, 24 de abril de 2011

Passagens

Pela segunda vez paguei R$ 2,85 pela passagem de ônibus, mas não passei pela roleta. Dei uma nota de dez e o cobrador me devolveu o troco e solicitou que eu sentasse na frente e descesse por ali mesmo, dando um toque no motorista. O dinheiro do café, ou da pinga, foi para o caixa, e pela segunda vez fico na dúvida se estou agindo da forma certa ou não.

Primeiro que é um absurdo o preço exorbitante da condução. Dependendo da distância que se irá percorrer, até compensa sair um pouco antes, ou chegar um pouco depois pra economizar, e não ser roubado, porque na rua você corre o risco do assalto, já no ônibus é certeza.

Um segundo ponto – sem placas dos itinerários -, é que os trabalhadores, os que guiam os ‘carros’ como eles próprios dizem, e os que cobram o pedágio frente às roletas, não têm lucro em cima das passagens. Peões que só se diferenciam por não estarem em pé, debaixo do sol. Alguém pagando e não passando, e o dinheiro indo para o bolso falso da camisa azul (que poderia ser de porteiro), é uma forma de burlar o sistema!?

Fica o peso dos olhares dos outros passageiros, os pensamentos nos olhos fuzilantes “hum..., vocês estão dando um jeitinho... depois não vão querer reclamar de Sarneys, Tiriricas, Bolsonaros da vida...”.

Não cabe briga só para ter o gosto de passar pro lado de lá. São as conivências de aceitar o que nos dizem sem indagar, tanto depois de votar, quanto na hora de passar. ‘Por favor, pode abrir a da frente pra mim?’. Eu desço aqui. 

Um comentário:

  1. Paga e desce pela frente sem questionar ou paga e questiona? Também já me perguntei isso, meu caro Gio Lima. No momento tenho a seguinte opinião: fazemos nossa parte, pagamos! Se arrazoarmos, aonde vai dar a altercação com o cobrador? Não sabemos ao certo né!? E outra não somos fiscal de ônibus, nem ao menos temos uma cartilha normativa dizendo como devemos agir diante de tal situação. De modo que, se não temos certeza do que vamos fazer, ainda é melhor "dançar conforme a música", para não servirmos de bode expiatório depois. Afinal, Jesus revolucionou, todavia recomendou a dar a Deus o que é de Deus e a Cesar o que é de Cesar.

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