sábado, 9 de outubro de 2010

O que Dilma disse ou não disse, e o danger.

Quem nunca disse algo de que se arrependeu depois? Quem nunca mudou de ideia? É lógico que, quando a pessoa é notória, é pública, tudo que ela diz é tido como pedra, e nada esfarelará. Agora, tentar estraçalhar a imagem de alguém, tirando uma frase dita num contexto, colocando-a separada, sem o amparo da circunstância, é o mesmo que tentar edificar um prédio com areia de Sérgio Naya.
Quando, hoje, uma capa surge com uma repartição no meio, e uma frase em branco com cor vermelha de danger ao fundo, e do lado inverso, uma frase negra sobre fundo branco, certeza é a intenção de desfazer a imagem que quer construir a pessoa em questão: Dilma. Como se ser contra o aborto agora, época eleitoreira, fosse errôneo, já que antes, no avesso da capa, em 2.007, ela dizia que era a favor da descriminalização. Pra frisar, o lado que fica de pé é o da afirmação avermelhada, que não deixa de ser em favor da vida, quando várias delas são postas em risco, pela situação de quem não pode pagar, fazer mesmo assim, correndo riscos; e quem pode faz comodamente, com toda a tranquilidade.
Em outra capa, de uma revista Carta, sita-se essas atuais peripécias, mas argumenta-se a falácia de falso moralismo e dogmatismo cristão, quando na verdade, na vida real, uma em cada cinco mulheres já efetuou essa prática, muitas delas sem o mínimo necessário para exercer esse ato.
É um intento.
São lamentos.
Questões cruciais postas à prova. O fogo que queima é avermelhado, mas do próprio fogo surge luz, queimando a casca, o invólucro. Como diria Nietzsche: “torna-te quem tu és?”. Para isso, é preciso nascer, crescer, e multiplicar, no entanto o que fica dito, de uma forma ou de outra, sobre os assuntos citados, quebra alguma dessas fases.

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