Meu mundo por pouco não se acabou. Quase morri. E quem não? Sopros de vida e morte são irmãos univitelinos separados provisoriamente, mas têm uma ligação tão forte que o pensamento de um não sai do outro, e vice, e versa. Se a visão de mundo de cada pessoa se difere pela percepção que se tem dele, não há só um, são vários, isso sem nem cogitar outras galáxias, ficando apenas com o comumente aceito. Assim, o mundo próprio de uma pessoa se esvai quando a chama vital deste sucumbe e, não nos atendo a previsões ‘Nostradamicas’, apocalípticas, vivendo numa sociedade onde regras e conceituações são compartilhadas, pode ocorrer de passarmos o apuro de quase irmos dessa pra melhor, ou pior, por fatalidade da violência urbana, e comigo já quase aconteceu.
No caso recente de Florianópolis, quando um rapaz morreu ao sair do baile, depois de ser espancado por uma corja, por ter se envolvido com uma ex-namorada de um dos meliantes, me vem à mente a cena quase idêntica que aconteceu comigo há algum tempo atrás.
O ano era 2006. Eu fazia o curso pré-vestibular no CEPROCAMP (Centro de educação profissional de Campinas “Antônio da Costa Santos”), instituto de ensino que fica ali onde era a Estação FEPASA. Saímos da aula aproximadamente umas onze horas, e descíamos pela Rua Costa Aguiar, paralela a Treze de maio, rumo a Avenida Francisco Glicério. Vimos que subia um grupo de uns vinte caras, fazendo algazarra, causando. Não mudamos o trajeto. Continuamos. Pouco antes de chegarmos a Senador Saraiva, nos topamos: havia algumas garotas no nosso grupo; éramos três homens e três mulheres, sendo um casal. O bando passou mexendo com as mulheres e eu quis delimitar o domínio do espaço. Hã. Só não aconteceu nada mais grave porque uma garota interveio. Mais detalhes um tanto 'literariamente' descritos aqui:
Enfim, continuei vivendo, umas duas semanas com dores no corpo, com escoriações. Passou. Como tudo. Penso que o meu destino poderia ser o mesmo do outro, ou de tantos - o próprio Toninho, foi assassinado abruptamente, caso que até hoje não foi totalmente esclarecido.
Comigo, ou houve um erro de datas de idas, ou não estava na minha hora. Agora se era pra eu ter ido naquele bonde, e fiquei, tudo que veio depois é extra, e talvez por isso o caminho seja tão esburacado, cheio de capotes, por ter escapado da senhora de capuz que ceifa sem dó, e que a violência urbana anda fazendo trabalhar demais ultimamente, à revelia.
Eu estava quase lá, não vi nada, mas senti um pouco do bangue, foi tenso...rs Mas penso que se não foi dessa vez, é por que ainda não era realmente a sua vez.
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