Uma
das palavras mais feias em minha opinião é prospecção: pros-pec-ção. Não, não,
não. Quando a vejo em algum lugar parece que alguém me convida a convidar mais
pessoas para o seu “Clube do Bolinha”, ou seja, o clube precisa de membros e
não consegue encontrá-los, então precisa encontrar quem os prospecte. Nossa!
Pior. Empresas atrás de novos clientes. Capitalismo que não faz pães: manda
fazer. Na roda com pouco capital de giro, os futuros prospectados serão ex
prospectáveis. “Ave Maria!” (interjeição — estranheza terminada em “ão”).
Nem a
procrastinação me fere a visão, o ouvido, a boca tão agudamente. É melhor
procrastinar a ter que escrever prospecção, ou mesmo prospectar. E quem for
prospectado procrastinará qualquer ação sua. Penso em predestinação: existe o
evitável? O inevitável? Tem mais mérito o empirismo de prospectos praticado por
quem nem mesmo tem a correta acepção da palavra do que a prospecção baseada em
métricas de textos escritos?
Acintes. Acentos. Aviltações de sentimentos que
podem ou não serem transformados em palavras. Palavras feias proferidas com boa
intenção. Bonitas que mascaram falta de fundamentos. Isto ocorre quando não se
tem a justa medida entre forma e conteúdo.
Contudo, (conjunção adversativa), concluo num conluio comigo mesmo que antes de proferir se faz necessário refletir sobre para não lançar chorumelas
ao deus dará. Muitos comícios desconexos com plateias circunspectas. Mais um
“c” mudo. Circunspecta prospecção? Não, não, não. “Boca fechada não entra
mosca”, e “lave-a com sabão depois de ter usado desse palavreado de baixo
calão”, dirão.
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