Ando
tendo sonhos intranquilos. Acordado as coisas não melhoram muito. Quando uma situação se agrava e são agredidas
instâncias do ser, urgem urros, berros, gritos, greves. Gravidade mantém seres
em pé, mas também motiva quem não quer cair no cascalho engalfinhado em meio a
falácias a empurrar o poste titubeante que só acende quando quer, ao bel
prazer, em causa própria. Este sim terá que tombar, e tombará, mediante a força
descomunal de rajadas de urina vindas dos que demarcam território. Fincar a pata em
lama, em areia movediça e continuar centrado é amostra não grátis de força, de
resiliência, de perseverança. O que vai, volta. Dá-se, tem-se. Parar é pensar.
Frear é inteligência pra quem não quer se estatelar na parede frouxa
das pregações de um bem que visto num microscópio não se acha a quem. Mínimos
que se acham o máximo e ganham muito mais do que os muitos que se sabem mínimos
e têm ciência que nem por isso são menores que ninguém. A floresta gente, povo,
gentil até não poder mais, olha de cima quem quer cortar seus troncos pela
raiz. Sangue de barata nem Gregor Samsa. O concreto viscoso da mata viva-vida é o que dá liga à parede dos sonhos, quando são construídos.
Escrevendo por Música. Compondo por Literatura. Inspiração advinda do cotidiano, da realidade. Buscando preparo, e sorte de menos azares.
sexta-feira, 28 de abril de 2017
terça-feira, 25 de abril de 2017
Amarela atenção
Imagem: http://www.publicdomainpictures.net
Azul
e branco. Pelo menos aqui a semana começou com céu de Simpsons: azul claro com
nuvens brancas. Para um desenho que se baseia na realidade não poderia ser
diferente. Um céu amarelo só se fosse pintura surreal, ou um filme de Tim
Burton.
Já foi dito o porquê de os personagens dessa série serem amarelos. Não tem nada a
ver com a doença que vez ou outra é notícia no Brasil, que até Drauzio Varella
pegou e retratou no livro 'O médico doente', mostrando o paradoxo da situação,
de alguém tão ciente das causas e consequências ser acometido pelo mal,
mostrando a sujeição do ser humano a tudo.
O
Dr., ex-fumante, prega aos quatro ventos os malefícios do cigarro, e mesmo
depois de ter parado de fumar há 37 anos, afirmou que se fosse condenado a morte e tivesse um último pedido seria o cigarro. Vício difícil. Vida difícil. Mania
é vício ou vice-versa. Em contrapartida seus dentes continuam brancos. Agora é
atleta, corredor, vive uma vida saudável, mas mesmo pessoas aparentemente
saudáveis podem estar doentes, ou o contrário. Paradoxos.
Nas
ondas de Baleias Azuis, não é consenso a depressão ser rotineira em lugares onde o sol não visita com regularidade e, em último grau, os desafios autodestrutivos. Vários outros fatores são correlatos. A prova disso são os brasileiros, solares, "pacíficos", se mostrando cada vez mais suscetíveis a
desabar perante intempéries. Sinais dos tempos? Os jovens não estão aguentando os trancos? Atenção! Alertas são indícios.
A série mais longeva da história da televisão mostra que é possível ir além
apesar de todos os vícios, melhorando pontos fortes, ressaltando cores alegres,
equilibrando as tristes, em uma reinvenção constante. "Dã" batendo a
palma da mão na testa depois de descobrir coisas óbvias, tipo: mesmo após feriado cinza o céu nasce azul com nuvens brancas, e que "o sol há de
brilhar mais uma vez...".
Ainda
não é o juízo final. Talvez seja apenas outro dia do juízo americano (dentre
tantos em séries e filmes), que como num semáforo significa atenção.
sexta-feira, 21 de abril de 2017
O dentista delata a cárie nos dentes
Imagem: Projetado pelo Freepik
Tiradentes...
Ser surrupiado é como ser atacado por cáries que denigrem os dentes sem que nem
percebamos. Depois pode ser preciso tirar dentes ou tapar os buracos com
delações premiadas.
Piada.
Quanto tempo chupinhando, gargalhando com gengivas rosas à mostra, num conluio
do escondidinho? Jeito de brasileiros 'comes quietos'. Corações cheios de pelos
sem medo de ratoeiras. Fajutos Frajolas olhavam sem ver e Piu-pius não davam um
pio. Desmembrados desenhos. "Onde é que já se viu?!". Propaganda é:
"tudo isso a gente vê por aqui".
Agora
todos confidenciam em pratos limpos os farelos deixados outrora para terem as penas
diminutas, verdadeiros filhos das putas — modo de dizer, porque existem putas decentes que criam seus filhos com valores éticos. Trabalho é
trabalho. Será essa a mostra da corrupção que todo e qualquer ser humano está
sujeito caso chegue ao poder?
Noticiários
televisivos martelam a mesma tecla: milhões, bilhões, trilhões, e o locutor
diria descontextualizado "hajam corações!". É um barulho estridente
como o de mil maquininhas de consertar dentes. Quem já se sentou ao menos uma vez na cadeira reclinada só de ouvir sente.
Uma das estreias da semana é o filme 'Joaquim', que conta a história de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que lutou pela independência do Brasil, o inconfidente
que se hoje vivesse seria traído também, talvez não decapitado em praça pública; possivelmente 'pediriam sua cabeça' e seria preso, se tivesse alguma relação com o PT. Outros não...
A
pimentinha cantou a sua versão da música em sua homenagem, samba-enredo composto por Mano Décio da
Viola, Estanislau Silva e Penteado, que sagrou campeão em 1949 o Grêmio
Recreativo Escola de Samba Império Serrano. Pimenta é tempero do molho.
Tamborins molhos da Bateria. Depois da semana onde o doce chocolate reinou, é
preciso dar um tempo para pensar nas causas e consequências. O agridoce da vida. E como diz o
ditado: "pimenta nos olhos dos outros...".
terça-feira, 18 de abril de 2017
'Vês' de Vinganças
Imagem: Projetado pelo Freepik
O
espinho é a vingança do peixe, tal qual a gordura que dá mais gosto à carne entope as artérias. Não tão tal qual. Quase igual, já que o espinho
fere, não é prazeroso, rasga a garganta do desavisado mastigador, ou mesmo se
camufla em suculento pedaço passando despercebido pelos olhos até do mais hábil
comedor de pescados. A vingança do peixe. O que resta do seu espírito ainda não
totalmente desconexo do corpo, antes de ressuscitar no terceiro dia em novo aquário celeste ou em céu de água.
Há
espinhos tão grandes quase ossos. Há goelas com enorme capacidade de
engoli-los. Guelras que se esgueiram e saem ilesas. Há um todo tal qual quase
igual e nem tanto. O ser do mar pacífico perdoa, tendo sobrevivido a várias
pescas esportivas, fazendo horas extras, cumprido o seu destino.
É
preciso falar de morte em vida — até porque morto não fala, pelo menos não com
toda e qualquer pessoa. Peritos leem sinais no que já se foi. Palitos ajudam a
retirar restos sobressalentes dos dentes.
É preciso falar de vida em vida —
porque enquanto houver um ínfimo pulsar, um íntimo pulsar, haverá um
esperançar. Se a esperança “for dessa pra melhor” será fato consumado, sinal de
que todo e qualquer espinho foi triturado e a ventura será a vingança da paciência.
sexta-feira, 14 de abril de 2017
Ora Bolas e Ovos
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Sexta-feira
Santa. Sexta-feira da Paixão. Não sou nenhum santo. Ando pelos cantos quebrando
quebrantos. Visto o manto Tricolor (que foi o que me cativou, ‘futeboliscamente’
falando). Futebol é paixão.
O
Santos foi eliminado no Campeonato Paulista pela Ponte Preta. Em 116 anos de
existência do time do interior de São Paulo as rezas feitas para a equipe ser
campeã não surtiram efeito. Vai ver não tenha jeito, ou o possível levantamento
de taça quebre a tradição. Quem sabe esse ano...
“Au,
au, au, todo mundo é bacalhau”. Se todos torcessem para o Vasco da Gama, que
tem o uniforme muito similar ao do Ponte, o grito da torcida seria esse. “Pois
sim, ora pois, gajo”. Herança Portuguesa com certeza o bacalhau na sexta-feira
santa.
“Santo
de casa não faz milagre”. Veja o caso do indígena Guarani de Campinas, que
tenta sair do sufoco do naufrágio total das caravelas da representação como uma
força nacional do futebol, vide título brasileiro de 78, jogadores como Careca,
Amoroso, Luizão, dentre tantos outros.
Todo
jogador que comete erro crasso é crucificado como um Jesus, “Camisa 33”. Fé é o
que move todos os torcedores, como também todos os cristãos que seguem à risca
os preceitos religiosos. Torcer é religião. Que nenhum torcedor seja intransigente
com as outras crenças, como também não o sejam os crentes em algo, alguém.
Páscoa
que vem. Vida que segue, bola que rola. Ovos com formatos de bolas de futebol americano.
Soccer. O nosso jogo. Apita o juiz com uniforme de coelho branco. Texto no
tranco...
terça-feira, 11 de abril de 2017
Algo outro
Imagem: Projetado pelo Freepik
Envolto em brumas de
Brahmas de milho transgênico, sigo meu trilho. Gênio da lâmpada que ao invés de
conceder pedidos pede. Lamparinas apagadas, nenhuma caixa de fósforos para
acender. Ascender. Mei capenga igual quenga que se desequilibrou na linha
férrea, mas que nem por isso nega serviço pra nenhum brou, sacou? Com o saco
cheio de tanto dar mio nas paradas e só descerem em revoada pombas. Carambas
nas caçambas de lixo são indícios de que poucos desperdiçam caralhos. Falhas em
árvores genealógicas dispersam Ramos e Ramalhos. Silvas mandam seus silvos;
Souzas lembram do tempo em que coisas eram denominadas cousas. Lousas loucas
ensinavam por palmatórias o bê-á-bá do Ph que se transfigurou em F. Só se blefa
quando não se tem cartas na manga. Bambeiam seios rígidos na cara dos
recém-nascidos. Mais tarde ficarão flácidos; mais velhos ficarão flácidos.
Flávios sempre serão Flávios, a não ser que virem Flávias. Quando até cabeças
planejam transplantar, a mudança abrupta de sexo é artigo pífio. Pifou a linha
do raciocínio lógico e o que segue é desconexo como a parte de cima de um corpo
afixada na parte de baixo do outro. Balela. Bala melada de saliva. Saúvas saúdam
a sua rainha, a qual veneram como Deus, Deusa. Um Deus formiga traria
formigamento a qualquer cérebro. Me atrelar ao clérigo não trará mérito. Se
peco é por excesso de preces ocas. Estalos de língua em boca. Nada do que já
foi. Esse algo que agora vem. Outro. Malogros made in malocas.
sexta-feira, 7 de abril de 2017
Areias e óleos
Imagem: Projetado pelo Freepik
Bomba
literalmente. Dia D, Bomba H, letras que dizem muito. Lançada quinta lá, sexta
aqui. Fusos. Intenções difusas. Confusões. Mísseis de dois ésses. EUA — Síria.
Difícil fugir do coro de descontentes que só fazem falar sobre os temas diários,
expressando opiniões mil, cabidas e escabrosas, como se cada pessoa fosse
especialista em todos os assuntos sobre a Terra. A pós-verdade na modernidade líquida.
Tudo escorre. Um boom de Bauman. E sob a terra da Síria está o petróleo, como também
estivera no Iraque. Na gíria, quando alguém te conta uma mentira está “jogando
areia nos seus olhos”. "Vai abraçar?".
Ar
rarefeito de armas biológicas. Presentes de Grego cruzando os ares. Cavalos de
Troia alados. Morte da ilusão do Unicórnio. Muitos que apontam “dois mais dois
são quatro” recebem louros, e nem sempre é assim no ofício de escrever, bem
disse Barthes em ‘O Grau zero da escrita’. Em Literatura então deve-se extravasar,
achar sentidos múltiplos, olhar com outros olhos as semióticas de Letras. Cada
um tem seu próprio gosto, que já bem disse o outro “é como ânus”, e pode-se
levar anos para mudança, juntamente com o pensamento que se expande. Ou não. Tudo depende.
Os
homens já travaram duas Guerras Mundiais. Nestes tempos intransigentes os dedos
em riste ficam apontados diuturnamente elegendo os novos culpados, e só vale o
pitaco de quem aponta. Época na qual quem só fala borracha tem seguidores fiéis
e pode ser um possível candidato à presidência em 2018. Os espíritos
quilombolas que rogam por nós são mais! Mitos são desmistificados quando abrem
a boca. Mística é a 10 de Pelé. Dos gramados do folclore, valha-nos o Saci. Quem aparenta ser inteligente deve deixar o benefício da dúvida aos seus
interlocutores e só ouvir com as orelhas de burro abaixadas, sem relinchar
idiotices. Que me perdoem os burros originais do reino animal que são pacíficos.
É
preciso descriptografar tudo ao redor. O Brasil é um país de proporções
continentais (outra informação que ninguém sabia — ironia, que fique claro). O caso do estudante do Acre que sumiu deixando sete tomos criptografados, além das paredes do quarto sistematicamente escritas com apuro perfeccionista confirma essa imensidão. Dos mais remotos ermos notícias surgem.
Bruno — tido por uns com a reencarnação do Filósofo Giordano Bruno, que foi
queimado na inquisição por suas ideias subversivas —, supostamente completou a
obra do outro nas suas escrituras herméticas. Estão desvendando os fatos.
Taí.
Cada pessoa é um continente em si. Talvez ele tenha preferido ser uma ilha “a centenas de milhas e milhas daqui”. (Djavan de Maceió). Uns apostam em
marketing para vender os livros... Esperemos os próximos capítulos dessa série;
reality? Nada mais falso que um reality, que o diga a Emily. A próxima campeã de vendagens sendo capa da... Para. Vi de relance algumas cenas, tentando fugir
do noticiário de guerra e da Rede Mundial e suas teorias da conspiração.
Ó.
Ká. Foi dito um pouco mais do mesmo, por mim mesmo, de uma das perspectivas
possíveis, ou, se não, na minha sintaxe. Pode não ter a repercussão que outros
conseguem escrevendo “a água é molhada” sem pensar filosoficamente no “por quê”
a água é molhada, mas não é essa a intenção. Redundante igual goteira que cai
ininterrupta em balde. Bora pingar em outros arrabaldes. “Não tem paz”.
terça-feira, 4 de abril de 2017
Berro pelo erro
Imagem: Projetado pelo Freepik
Berro
pelo erro. O desespero de quem não tem rima, ou de quem pega pelo caminho a
primeira bifurcação e cai em alçapão. Rima pobre, frágil, como a vida. O berro
pela queda. O erro de não esperar pela próxima curva que viria.
Pelo
que aconteceu em Limeira, choros berrados e contidos; esperneia quem não se
conforma. As pernas que seguiram caminhos tortuosos, cheios de pedras, não
acharam ninguém chamado Raimundo para interceder, ser a solução. Coisas do
mundo, vasto mundo.
Qualquer
adorno soa supérfluo em momentos sérios, sisudos, de necessária reflexão.
Manifestações de solidariedade mostram que o grupo (humano) aos poucos tenta
estar mais consciente do gênero (feminino).
O
erro de quem interpreta personagens de ficção foi assumido em público, com a
cara limpa, sem artifícios. A sequência de personagens parecidos talvez tenha impregnado no
cérebro o sentimento de macho que pode tudo. Na verdade, a ficção nesse caso só
imita a realidade que muda lentamente e precisa cada vez mais seguir adiante, evoluir.
Que
não caia no calabouço do esquecimento, e que não sejam postos em voga casos
assim só quando a pessoa é pública, as anônimas também necessitam voz, vez. O
outro lado também deve ser analisado, só tacar pedras é querer se achar melhor, não suscetível. Toda
e qualquer pessoa está propensa ao erro, que, dependendo, pode ser amenizado
com desculpas ou consertado de alguma forma. Burrice é persistir.
Iria
escrever sobre algo outro, mas qualquer divagação que divergisse disto neste
instante seria incutir o erro, já que soaria como um berro mudo.
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