terça-feira, 4 de abril de 2017

Berro pelo erro

Imagem: Projetado pelo Freepik

Berro pelo erro. O desespero de quem não tem rima, ou de quem pega pelo caminho a primeira bifurcação e cai em alçapão. Rima pobre, frágil, como a vida. O berro pela queda. O erro de não esperar pela próxima curva que viria.

Pelo que aconteceu em Limeira, choros berrados e contidos; esperneia quem não se conforma. As pernas que seguiram caminhos tortuosos, cheios de pedras, não acharam ninguém chamado Raimundo para interceder, ser a solução. Coisas do mundo, vasto mundo.

Qualquer adorno soa supérfluo em momentos sérios, sisudos, de necessária reflexão. Manifestações de solidariedade mostram que o grupo (humano) aos poucos tenta estar mais consciente do gênero (feminino).

O erro de quem interpreta personagens de ficção foi assumido em público, com a cara limpa, sem artifícios. A sequência de personagens parecidos talvez tenha impregnado no cérebro o sentimento de macho que pode tudo. Na verdade, a ficção nesse caso só imita a realidade que muda lentamente e precisa cada vez mais seguir adiante, evoluir.

Que não caia no calabouço do esquecimento, e que não sejam postos em voga casos assim só quando a pessoa é pública, as anônimas também necessitam voz, vez. O outro lado também deve ser analisado, só tacar pedras é querer se achar melhor, não suscetível. Toda e qualquer pessoa está propensa ao erro, que, dependendo, pode ser amenizado com desculpas ou consertado de alguma forma. Burrice é persistir. 

Iria escrever sobre algo outro, mas qualquer divagação que divergisse disto neste instante seria incutir o erro, já que soaria como um berro mudo.

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