Dizendo dezembros... Dissecando-os, distorcendo-os. Mais do que papais, Natanaéis, Noéis, mês dos que ficam pra titio, é ou não é?! Sei comé! Sentimento fraternal, querer dar colo a quem tem fadiga, espírito de proteção, mostrar rotas que facilitam; se impossível evitar a colisão, apoiar a recomposição; manha de gato pra cair em pé, sem birra por se sujar no barro. Fiquei. Olhando as luzes cintilantes das datas festivas... Na brisa. Nos sentimentos aflorados por tilintares de sinos às vezes bate a bad. Monstra!!! Sinas. Monstros que saem do calabouço junto com as renas, fazem carreata com o caminhão da Coca-Cola. Sem neve. No never. 未曾. Nunca diga.Tentando ver além do que se vê. Símbolos lúdicos nos layouts das paredes, coisas de acender, pessoas que quando ascendem deixam de ser coisas, justo por terem muitas coisas por demais, justo por isso, por terem mais folga, valorizando muito por demais o que se tem, deixando aquém-o-que-se-é. Como ser natal sem ter presentes? “Oh, shit, bitch!”. Bitcoins supervalorizados. Algo que não se pode tocar, e, quando a casa da moeda tocar será regulado, não tendo tanto valor como agora. Como enxergar o não visível a olho nu, muito além por demais do que se vê em corpos nus? Um toque no intocável, um dito sobre o inaudível até a ouvidos absolutos... Como fechar anos a fio com chaves de ouro? É viável ir ao arrebol sem-fim atrás do pote com o que tem valor dourado no final do arco-íris, quando o sol sorri depois de ter ganho uma trégua dos perdigotos da chuva que falava mais do que sua boca invisível, numa pausa onde se abre de orelha a orelha? A areia prazenteira exala seu cheiro sem eira nem beira, depois dela — água que lavou. E nos fins sempre escorre tudo o que veio desde o começo querendo descer. É o clímax! A distensão da tensão, da ânsia. A reentrância na superfície. A gravidade no nível certo. O respiro. O suspiro. O “paro, porque se não, piro”.
Escrevendo por Música. Compondo por Literatura. Inspiração advinda do cotidiano, da realidade. Buscando preparo, e sorte de menos azares.
sexta-feira, 29 de dezembro de 2017
sexta-feira, 1 de dezembro de 2017
Cousas em lousas
Imagem: Projetado pelo Freepik
Não foi até 30 e os dias se foram. Vai um (1). Agora, mês de 31. Último dos doze. Doses de doces. Contas. Descontos. Números em letras. Facetas. O que pra alguns é pouca coisa pra outros é muita. Uma vírgula fora do lugar significa toda uma mudança de contexto, de texto, de pretexto para interpretações ambíguas. Os que olham para o próprio umbigo também enxergam pelos nos narizes alheios. Metem o bedelho. Por muito menos guerras são travadas. Pessoas travadas se destravam nas suas trincas de parede e meia. Meio dia e meia hora e o sol cai nos semblantes, e ninguém viu — pois a luz era muita —, os sóis que marcaram faces, já que nuvens eram múltiplas e encobriram os seus rastros. Cometa de centelha que se aparelha. Eiras, beiras, um triz para riscar. A taquicardia da ânsia de um novo dia melhor que o outrora hoje. Esperanças verdes, ainda não em épocas de serem colhidas. Tolhidas. Talheres tilintam pratos gordurentos. Restos. Ainda resta nesga de nacho no tacho. Cousas nas lousas. Estudante aprende, professor ensina. Às vezes o contrário. Quase sempre uma troca ao mesmo tempo. Período de aprendizagem. Erros. Lateja a cabeça à beça. Enquanto isso, sem esquentar a cabeça, casais se dão beijos estalados, na paz, no amor, no Love, Yes?! Trançam pés escaldados nas alianças de boas marés, pois não há mestre que ensine o sentido de maresia, ócio, cria de muitas vidas, sobrevidas, fictícias ou reais. Tudo é no tato, no talo, sujeira de tropicão que lavada vai para o ralo. Abalo é disco raro com som cadente a ser dançado com plumas de passos de agulha que apenas roça a superfície sem riscar. Pontos. Cifras de novas contas. No canto. Tipo um conto.
quarta-feira, 25 de outubro de 2017
Mar agridoce rosa-carvão
Imagem: Projetado pelo Freepik
Gaiato.
Vadio no navio nonsense. Gaia Science para quem pense. Pode crer, crê?! Pagar
pra ver deveria privar pupilas dilatadas de enxergar hieróglifos em 4K, pichados
nas muralhas e seus nichos. Eitas bichos bestas rastejando nas arestas. O mar
revolto em volta é uma puta pauta. Não comandar o manche ou ser um dos muitos
no saguão a mexer o remo faz com que se fique no meio ermo, na passividade que
impossibilita idas a novas guaridas, na mão atada que dá pegada à conivência dos fatos. "Ou dá ou desce!", "Pra cada qual o que merece!", para quem vê de posição privilegiada podem ser passíveis preces. Enfado de dizeres rebuscados? "Água mole em pedra
dura tanto bate até que fura". Firulas? Pruridos purulentos em moribundos
mulambentos. Vaticínios não reconhecidos pelos santos do Vaticano. Ouros sob
panos. Latões divididos igualmente. Nos dentes pode resplandecer um amarelo
brilhante. Papel de imprensa marrom manchado de vermelho. No encontro de
palavras ocas, de bocas roucas, de bancarrotas, a impressão que fica é a de que
tudo o que é vil viraliza com mais crueza, com mais certeza, num neologismo
esdrúxulo, 'mequetrafake', e até terra à vista soa como alarme falso. Por uma vírgula fora do lugar qualquer "Zé" recebe nas esquinas suburbanas gritos de prisão com exclamação! Enquanto isso, quadrilha formada, pega com o corpo inteiro na botija do poder permanece chafurdando no lodo perfumado da riqueza. "Tomá no c*". Pisar
descalço em pedras no caminho fatiga tanto os pés quanto as retinas. Ninguém se
esquece desses momentos. Não há amnésia que apague recônditos breus de buracos
negros particulares, privados. Algumas estrelas guias apontam destinos quando
os desatinos parecem redemoinhos em meio às tempestades, depois de dias peçonhentos a deriva. Ladainha que se encerra derradeira, gato que pula do barco e cai de pé na correnteza, e
flutua, e se faz santo, e faz firula, e no final da cascata cai. De pé de novo é gatado (gato pescado) e vira churrasco nas mãos e nas bocas dos primitivos
seres de lugares pré-civilizados. A pele e a carne e os ossos e a alma das
palavras estão em espeto queimando com os olhos que espreitam. Em linguagem
figurativa, feminina, para parar, um toque: o sinal do mês é rosa.
sábado, 30 de setembro de 2017
Menos pra quando não se tem mais
Menos é mais. Talvez menos seja recurso quando não se tem mais. Sem mais, inauguro uma nova seção, com frases breves para não passar esse mês em branco e dar uma letra de leve.
quarta-feira, 30 de agosto de 2017
"Agasto"
Imagem: Projetado pelo Freepik
Gostos...
A gosto. “Eu gosto é do gasto” — como os Hermanos —, dos rasgos na noção de
espaço, na perna, no braço, no baço. Marcas identitárias que definem mais que
etnias, que classes ou redes sociais. Vacilos banais que resultam em aberturas,
fissuras, compassos que só fecham um desenho de círculo no fim derradeiro. Fim?
É tudo que dá passagem a novos tudos que mesmo sendo quase nada, para quem tem
é algo. Objetividade falha, óbvia, tranquilidade que anula o necessário fervor
de estresse, sendo preciso a pessoa ser jogada dez vezes ao mar e assim talvez aprender
a nadar. Borrifações de venenos que só trazem agrotóxicos às mesas. Firmeza...
A água mole que cai do furo do teto faz um barulho forte na lata de tinta
vazia, reutilizada várias vezes na casa de pau a pique. Pique de correr. De trazer
pelo menos um bolinho a tempo do “é pique”. "Me diz o dia do seu
aniversário que eu te falo o dia da semana que você nasceu" prometia com
convicção a tiazinha de cabelos brancos que passava pelos aglomerados de
happy-hour no horário de pico, com jogos de loteria vencidos e sacolas cheias
de algos indefiníveis. De que adianta essa adivinhação? É o restolho das
certezas. Em um dia que vira noite pelo eclipse que "dizem" pode
mudar o futuro dos signos. Digno é o bicheiro que sabe o número de todos os
bichos. Gostar de alguém é colocar o tempero na medida, dourar com louros de
sagacidade. É perpetuar a espécie pelo ato mútuo de se reconhecer no outro como
ser humano. É o que resta antes do cataclisma, em meio ao caos. Pelo fim do vão do mês do cão palavras vãs se esmigalham aqui e
acolá como pedaços de pão. Duro. É mole?! Engolir seco um grito rouco corrói a
garganta. Uma cratera que fica por dentro, internalizada, mas que muda o sabor
de tudo que será vivido a partir de então. A gastos... "PQP, pisa no freio Z!".
segunda-feira, 31 de julho de 2017
Fases
Já
bem foi dito/cantado no Drum & Bass da Dona Inês: "bem pior que o fim do mundo é só mesmo o fim do mês...". Bem, apesar de todos os males que vem
pra bem, de toda a falta de bens, dos diversos bens não declarados por
políticos que não trabalham um mês inteiro, apesar dos pesares, do
primeiramente clamado pelo povo que não se desenrola nas câmaras, mais um mês finda, com choros sem velas, tramelas entreabertas, frestas de roubos que até receberam flashes de câmeras mas não foram clareados
completamente.
Para
quem segue no miudinho, no sapatinho, procurando não perder o rebolado na
passarela do dia a dia, resta a música, a literatura, o cinema, a poesia, que
quebram a força dos ventos que envergam troncos, não os deixando cair.
Salve,
Chico, e Tua Cantiga!
Salve,
Otto! Além de lançar o novo álbum Ottomatopeia no mesmo dia que o autor de Construção, em
uma entrevista para a Jovem Pan, tendo que contextualizar política, fazendo a
arte crítica, colocou em pratos limpos muito do que está engasgado por grande
parcela da população:
Salve,
Lima Barreto! Homenageado da FLIP (Festa Literária Internacional de Paraty) e
com biografia recém-lançada por Lilia Schuwarcz. Confira trecho aqui: https://goo.gl/uxnfVD
Imagem: Reprodução |
Salve,
Selton Mello, que logo nos presenteará com O Filme da Minha Vida!
Salve
a todos e todas os/as poetas que rimam desavenças e/ou esperanças!
Dizer
ou cantar, uma dicotomia não excludente. Ambivalente é quem atua em todas as
frentes, assumindo a alma feminina que consegue assumir vários afazeres ao
mesmo tempo. Tudo demanda tempo, dedicação, aprimoramento, resiliência. O mundo
muda e quem ainda perambula pelo mundo procura plantar uma muda, escrever um
livro — mesmo que seja a própria biografia, já que cada história pessoal traz
consigo um retrato importante da humanidade e o saber empírico também tem seu
valor explícito, podendo trazer mais vida aos academicismos —, ou ter um filho.
Há quem se sinta um empecilho, cantando Dostoiévski: "por que que eu vivendo livre em Ipanema nada produzi? Xiii... Será que o sol em demasia em minha testa foi queimando o meu Q.I?". Será, Wandi?
Enquanto a fome atravessa barrigas balas atravessam barrigas e matam a fome de vida. "Miséria traz tristeza e vice-versa". E vem o exército. São sombras de monstros que já vieram à tona na surdina. Oxalá que Deus seja brasileiro!
Enquanto a fome atravessa barrigas balas atravessam barrigas e matam a fome de vida. "Miséria traz tristeza e vice-versa". E vem o exército. São sombras de monstros que já vieram à tona na surdina. Oxalá que Deus seja brasileiro!
Diz-se
que quem chegou ao topo só pode cair, como a quem chegou ao fundo só resta
subir. No caso do filho do treinador, caiu literalmente da cobertura do prédio, teve sua continuidade ceifada no fim da adolescência, aos 19 anos
(em alguns estudos estende-se essa idade). Maturidade emocional pode ser medida diferentemente. Força às famílias envolvidas aqui, na notícia anterior, e em todos incidentes fatais. Cada ser que se vai leva um pouco da humanidade junto.
Tudo é fase. Estou em uma fase mais musical, buscando trazer ao mundo as divagações sonoras no álbum Ginga Gringa que nascerá em breve. Ao passo, não poderia deixar passar o mês sem compartilhar nenhuma linha escrita . "Logo mai vâmo arrebentâ no mundão...".
Então, "pros mano um salve, pras mina um beijo":
sexta-feira, 2 de junho de 2017
Dos trilhos
Imagem: Projetado pelo Freepik
A
meta é seguir. Chutando pedras de cascalho que estão em meio aos trilhos. No
interior, nos interiores, ultimamente vagões usados para carregar cargas. Peças
de ferro, corpos de carne e osso. Não são mais levadas pessoas, famílias,
cheias de trouxas para estadias em lugares longínquos, bancos estofados,
restaurantes de talheres e louças tilintantes ligados umbilicalmente aos outros
recintos do comboio. Paisagens passavam vagarosas. Olhando a vida de soslaio,
tudo hoje em dia passa muito rápido.
Na
meta, defendendo com luvas, um golpe de olho pode ser fatal. Se o objetivo é
guardar redes as ferramentas se gastam no trabalho. Roupa suja é demonstração de
esforço. Trajes novos, limpos, de marca, são ostentação, alinhamento com os
novos tempos. Asseados assanhados.
A
meta de quem ataca é forçar a linha defensiva dos exércitos que privam a ascensão.
Traves e travessões: — Entraves, aros. Tabelas. Pontes aéreas com chuás nos
hotéis para lavar a alma. Representando a contento as cores do próprio time, o
time do indivíduo, da classe, da bandeira em que se encaixa seu orgulho, sua contemporaneidade.
Veleidades abalam equipes. A seta deve estar apontada para cima, verde.
Seguindo
sobre o trilho, planando, maquinário artificial inteligente. O atrito deixado
de lado. O trem voará sobre os trilhos e, para seguir nos trilhos do futuro é
preciso ao menos entender um pouco as novas tecnologias, colocar o coração quente
na carcaça fria, jogar lenha, carvão, dar um gás, fazer das tripas o "bobo" em
tudo o que se faz, indo em linha reta e se segurando nas curvas em direção à
meta. "... Assim que é, sem proceder não para em pé...".
terça-feira, 2 de maio de 2017
Pausa
Imagem: Projetado pelo Freepik
No
mês do trabalho vou poupar o trabalho. Não o trabalho de escrever. Sim o
trabalho de outras pessoas lerem.
Esse
ano, postando textos às terças e sextas, já joguei mais palavras ao vento ‘internético’
do que a quantidade total jogada nos anos anteriores inteiros. Consequência: menos três
seguidores na página do blog, possivelmente incomodados com solicitações de leituras
impertinentes, e poucas visualizações. Algumas reações favoráveis, é verdade,
um alento no pulsar do tempo. Não é choro, apenas estatística.
Sigo
em frente, guardando cartas para jogar na mesa em momentos que sejam mais
oportunos, receptivos. Coringas. Naipes de nada que na rodada certa são
tudo.
Até
a volta. De novo, algo novo por mês, quiçá buscando somar, ou apenas treinar —
não o ofício do labor escrito que precisa ser contínuo —, mas o
compartilhamento dos resultados de ensimesmamentos e visões sobre
acontecimentos. Mais tempo de regurgitar, menos incômodos alheios, na base do menos é mais.
Muitos
"entes" e "entos" num lugar só. Hibernar na alcova em
reconstrução de repertório de palavras novas. É isso. Por hora, por mês, sem
mais. “Hoje eu quero apenas... Uma pausa de mil compassos...”.
sexta-feira, 28 de abril de 2017
Gravidades e greves
Imagem: Projetado pelo Freepik
Ando
tendo sonhos intranquilos. Acordado as coisas não melhoram muito. Quando uma situação se agrava e são agredidas
instâncias do ser, urgem urros, berros, gritos, greves. Gravidade mantém seres
em pé, mas também motiva quem não quer cair no cascalho engalfinhado em meio a
falácias a empurrar o poste titubeante que só acende quando quer, ao bel
prazer, em causa própria. Este sim terá que tombar, e tombará, mediante a força
descomunal de rajadas de urina vindas dos que demarcam território. Fincar a pata em
lama, em areia movediça e continuar centrado é amostra não grátis de força, de
resiliência, de perseverança. O que vai, volta. Dá-se, tem-se. Parar é pensar.
Frear é inteligência pra quem não quer se estatelar na parede frouxa
das pregações de um bem que visto num microscópio não se acha a quem. Mínimos
que se acham o máximo e ganham muito mais do que os muitos que se sabem mínimos
e têm ciência que nem por isso são menores que ninguém. A floresta gente, povo,
gentil até não poder mais, olha de cima quem quer cortar seus troncos pela
raiz. Sangue de barata nem Gregor Samsa. O concreto viscoso da mata viva-vida é o que dá liga à parede dos sonhos, quando são construídos.
terça-feira, 25 de abril de 2017
Amarela atenção
Imagem: http://www.publicdomainpictures.net
Azul
e branco. Pelo menos aqui a semana começou com céu de Simpsons: azul claro com
nuvens brancas. Para um desenho que se baseia na realidade não poderia ser
diferente. Um céu amarelo só se fosse pintura surreal, ou um filme de Tim
Burton.
Já foi dito o porquê de os personagens dessa série serem amarelos. Não tem nada a
ver com a doença que vez ou outra é notícia no Brasil, que até Drauzio Varella
pegou e retratou no livro 'O médico doente', mostrando o paradoxo da situação,
de alguém tão ciente das causas e consequências ser acometido pelo mal,
mostrando a sujeição do ser humano a tudo.
O
Dr., ex-fumante, prega aos quatro ventos os malefícios do cigarro, e mesmo
depois de ter parado de fumar há 37 anos, afirmou que se fosse condenado a morte e tivesse um último pedido seria o cigarro. Vício difícil. Vida difícil. Mania
é vício ou vice-versa. Em contrapartida seus dentes continuam brancos. Agora é
atleta, corredor, vive uma vida saudável, mas mesmo pessoas aparentemente
saudáveis podem estar doentes, ou o contrário. Paradoxos.
Nas
ondas de Baleias Azuis, não é consenso a depressão ser rotineira em lugares onde o sol não visita com regularidade e, em último grau, os desafios autodestrutivos. Vários outros fatores são correlatos. A prova disso são os brasileiros, solares, "pacíficos", se mostrando cada vez mais suscetíveis a
desabar perante intempéries. Sinais dos tempos? Os jovens não estão aguentando os trancos? Atenção! Alertas são indícios.
A série mais longeva da história da televisão mostra que é possível ir além
apesar de todos os vícios, melhorando pontos fortes, ressaltando cores alegres,
equilibrando as tristes, em uma reinvenção constante. "Dã" batendo a
palma da mão na testa depois de descobrir coisas óbvias, tipo: mesmo após feriado cinza o céu nasce azul com nuvens brancas, e que "o sol há de
brilhar mais uma vez...".
Ainda
não é o juízo final. Talvez seja apenas outro dia do juízo americano (dentre
tantos em séries e filmes), que como num semáforo significa atenção.
sexta-feira, 21 de abril de 2017
O dentista delata a cárie nos dentes
Imagem: Projetado pelo Freepik
Tiradentes...
Ser surrupiado é como ser atacado por cáries que denigrem os dentes sem que nem
percebamos. Depois pode ser preciso tirar dentes ou tapar os buracos com
delações premiadas.
Piada.
Quanto tempo chupinhando, gargalhando com gengivas rosas à mostra, num conluio
do escondidinho? Jeito de brasileiros 'comes quietos'. Corações cheios de pelos
sem medo de ratoeiras. Fajutos Frajolas olhavam sem ver e Piu-pius não davam um
pio. Desmembrados desenhos. "Onde é que já se viu?!". Propaganda é:
"tudo isso a gente vê por aqui".
Agora
todos confidenciam em pratos limpos os farelos deixados outrora para terem as penas
diminutas, verdadeiros filhos das putas — modo de dizer, porque existem putas decentes que criam seus filhos com valores éticos. Trabalho é
trabalho. Será essa a mostra da corrupção que todo e qualquer ser humano está
sujeito caso chegue ao poder?
Noticiários
televisivos martelam a mesma tecla: milhões, bilhões, trilhões, e o locutor
diria descontextualizado "hajam corações!". É um barulho estridente
como o de mil maquininhas de consertar dentes. Quem já se sentou ao menos uma vez na cadeira reclinada só de ouvir sente.
Uma das estreias da semana é o filme 'Joaquim', que conta a história de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes, que lutou pela independência do Brasil, o inconfidente
que se hoje vivesse seria traído também, talvez não decapitado em praça pública; possivelmente 'pediriam sua cabeça' e seria preso, se tivesse alguma relação com o PT. Outros não...
A
pimentinha cantou a sua versão da música em sua homenagem, samba-enredo composto por Mano Décio da
Viola, Estanislau Silva e Penteado, que sagrou campeão em 1949 o Grêmio
Recreativo Escola de Samba Império Serrano. Pimenta é tempero do molho.
Tamborins molhos da Bateria. Depois da semana onde o doce chocolate reinou, é
preciso dar um tempo para pensar nas causas e consequências. O agridoce da vida. E como diz o
ditado: "pimenta nos olhos dos outros...".
terça-feira, 18 de abril de 2017
'Vês' de Vinganças
Imagem: Projetado pelo Freepik
O
espinho é a vingança do peixe, tal qual a gordura que dá mais gosto à carne entope as artérias. Não tão tal qual. Quase igual, já que o espinho
fere, não é prazeroso, rasga a garganta do desavisado mastigador, ou mesmo se
camufla em suculento pedaço passando despercebido pelos olhos até do mais hábil
comedor de pescados. A vingança do peixe. O que resta do seu espírito ainda não
totalmente desconexo do corpo, antes de ressuscitar no terceiro dia em novo aquário celeste ou em céu de água.
Há
espinhos tão grandes quase ossos. Há goelas com enorme capacidade de
engoli-los. Guelras que se esgueiram e saem ilesas. Há um todo tal qual quase
igual e nem tanto. O ser do mar pacífico perdoa, tendo sobrevivido a várias
pescas esportivas, fazendo horas extras, cumprido o seu destino.
É
preciso falar de morte em vida — até porque morto não fala, pelo menos não com
toda e qualquer pessoa. Peritos leem sinais no que já se foi. Palitos ajudam a
retirar restos sobressalentes dos dentes.
É preciso falar de vida em vida —
porque enquanto houver um ínfimo pulsar, um íntimo pulsar, haverá um
esperançar. Se a esperança “for dessa pra melhor” será fato consumado, sinal de
que todo e qualquer espinho foi triturado e a ventura será a vingança da paciência.
sexta-feira, 14 de abril de 2017
Ora Bolas e Ovos
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Sexta-feira
Santa. Sexta-feira da Paixão. Não sou nenhum santo. Ando pelos cantos quebrando
quebrantos. Visto o manto Tricolor (que foi o que me cativou, ‘futeboliscamente’
falando). Futebol é paixão.
O
Santos foi eliminado no Campeonato Paulista pela Ponte Preta. Em 116 anos de
existência do time do interior de São Paulo as rezas feitas para a equipe ser
campeã não surtiram efeito. Vai ver não tenha jeito, ou o possível levantamento
de taça quebre a tradição. Quem sabe esse ano...
“Au,
au, au, todo mundo é bacalhau”. Se todos torcessem para o Vasco da Gama, que
tem o uniforme muito similar ao do Ponte, o grito da torcida seria esse. “Pois
sim, ora pois, gajo”. Herança Portuguesa com certeza o bacalhau na sexta-feira
santa.
“Santo
de casa não faz milagre”. Veja o caso do indígena Guarani de Campinas, que
tenta sair do sufoco do naufrágio total das caravelas da representação como uma
força nacional do futebol, vide título brasileiro de 78, jogadores como Careca,
Amoroso, Luizão, dentre tantos outros.
Todo
jogador que comete erro crasso é crucificado como um Jesus, “Camisa 33”. Fé é o
que move todos os torcedores, como também todos os cristãos que seguem à risca
os preceitos religiosos. Torcer é religião. Que nenhum torcedor seja intransigente
com as outras crenças, como também não o sejam os crentes em algo, alguém.
Páscoa
que vem. Vida que segue, bola que rola. Ovos com formatos de bolas de futebol americano.
Soccer. O nosso jogo. Apita o juiz com uniforme de coelho branco. Texto no
tranco...
terça-feira, 11 de abril de 2017
Algo outro
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Envolto em brumas de
Brahmas de milho transgênico, sigo meu trilho. Gênio da lâmpada que ao invés de
conceder pedidos pede. Lamparinas apagadas, nenhuma caixa de fósforos para
acender. Ascender. Mei capenga igual quenga que se desequilibrou na linha
férrea, mas que nem por isso nega serviço pra nenhum brou, sacou? Com o saco
cheio de tanto dar mio nas paradas e só descerem em revoada pombas. Carambas
nas caçambas de lixo são indícios de que poucos desperdiçam caralhos. Falhas em
árvores genealógicas dispersam Ramos e Ramalhos. Silvas mandam seus silvos;
Souzas lembram do tempo em que coisas eram denominadas cousas. Lousas loucas
ensinavam por palmatórias o bê-á-bá do Ph que se transfigurou em F. Só se blefa
quando não se tem cartas na manga. Bambeiam seios rígidos na cara dos
recém-nascidos. Mais tarde ficarão flácidos; mais velhos ficarão flácidos.
Flávios sempre serão Flávios, a não ser que virem Flávias. Quando até cabeças
planejam transplantar, a mudança abrupta de sexo é artigo pífio. Pifou a linha
do raciocínio lógico e o que segue é desconexo como a parte de cima de um corpo
afixada na parte de baixo do outro. Balela. Bala melada de saliva. Saúvas saúdam
a sua rainha, a qual veneram como Deus, Deusa. Um Deus formiga traria
formigamento a qualquer cérebro. Me atrelar ao clérigo não trará mérito. Se
peco é por excesso de preces ocas. Estalos de língua em boca. Nada do que já
foi. Esse algo que agora vem. Outro. Malogros made in malocas.
sexta-feira, 7 de abril de 2017
Areias e óleos
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Bomba
literalmente. Dia D, Bomba H, letras que dizem muito. Lançada quinta lá, sexta
aqui. Fusos. Intenções difusas. Confusões. Mísseis de dois ésses. EUA — Síria.
Difícil fugir do coro de descontentes que só fazem falar sobre os temas diários,
expressando opiniões mil, cabidas e escabrosas, como se cada pessoa fosse
especialista em todos os assuntos sobre a Terra. A pós-verdade na modernidade líquida.
Tudo escorre. Um boom de Bauman. E sob a terra da Síria está o petróleo, como também
estivera no Iraque. Na gíria, quando alguém te conta uma mentira está “jogando
areia nos seus olhos”. "Vai abraçar?".
Ar
rarefeito de armas biológicas. Presentes de Grego cruzando os ares. Cavalos de
Troia alados. Morte da ilusão do Unicórnio. Muitos que apontam “dois mais dois
são quatro” recebem louros, e nem sempre é assim no ofício de escrever, bem
disse Barthes em ‘O Grau zero da escrita’. Em Literatura então deve-se extravasar,
achar sentidos múltiplos, olhar com outros olhos as semióticas de Letras. Cada
um tem seu próprio gosto, que já bem disse o outro “é como ânus”, e pode-se
levar anos para mudança, juntamente com o pensamento que se expande. Ou não. Tudo depende.
Os
homens já travaram duas Guerras Mundiais. Nestes tempos intransigentes os dedos
em riste ficam apontados diuturnamente elegendo os novos culpados, e só vale o
pitaco de quem aponta. Época na qual quem só fala borracha tem seguidores fiéis
e pode ser um possível candidato à presidência em 2018. Os espíritos
quilombolas que rogam por nós são mais! Mitos são desmistificados quando abrem
a boca. Mística é a 10 de Pelé. Dos gramados do folclore, valha-nos o Saci. Quem aparenta ser inteligente deve deixar o benefício da dúvida aos seus
interlocutores e só ouvir com as orelhas de burro abaixadas, sem relinchar
idiotices. Que me perdoem os burros originais do reino animal que são pacíficos.
É
preciso descriptografar tudo ao redor. O Brasil é um país de proporções
continentais (outra informação que ninguém sabia — ironia, que fique claro). O caso do estudante do Acre que sumiu deixando sete tomos criptografados, além das paredes do quarto sistematicamente escritas com apuro perfeccionista confirma essa imensidão. Dos mais remotos ermos notícias surgem.
Bruno — tido por uns com a reencarnação do Filósofo Giordano Bruno, que foi
queimado na inquisição por suas ideias subversivas —, supostamente completou a
obra do outro nas suas escrituras herméticas. Estão desvendando os fatos.
Taí.
Cada pessoa é um continente em si. Talvez ele tenha preferido ser uma ilha “a centenas de milhas e milhas daqui”. (Djavan de Maceió). Uns apostam em
marketing para vender os livros... Esperemos os próximos capítulos dessa série;
reality? Nada mais falso que um reality, que o diga a Emily. A próxima campeã de vendagens sendo capa da... Para. Vi de relance algumas cenas, tentando fugir
do noticiário de guerra e da Rede Mundial e suas teorias da conspiração.
Ó.
Ká. Foi dito um pouco mais do mesmo, por mim mesmo, de uma das perspectivas
possíveis, ou, se não, na minha sintaxe. Pode não ter a repercussão que outros
conseguem escrevendo “a água é molhada” sem pensar filosoficamente no “por quê”
a água é molhada, mas não é essa a intenção. Redundante igual goteira que cai
ininterrupta em balde. Bora pingar em outros arrabaldes. “Não tem paz”.
terça-feira, 4 de abril de 2017
Berro pelo erro
Imagem: Projetado pelo Freepik
Berro
pelo erro. O desespero de quem não tem rima, ou de quem pega pelo caminho a
primeira bifurcação e cai em alçapão. Rima pobre, frágil, como a vida. O berro
pela queda. O erro de não esperar pela próxima curva que viria.
Pelo
que aconteceu em Limeira, choros berrados e contidos; esperneia quem não se
conforma. As pernas que seguiram caminhos tortuosos, cheios de pedras, não
acharam ninguém chamado Raimundo para interceder, ser a solução. Coisas do
mundo, vasto mundo.
Qualquer
adorno soa supérfluo em momentos sérios, sisudos, de necessária reflexão.
Manifestações de solidariedade mostram que o grupo (humano) aos poucos tenta
estar mais consciente do gênero (feminino).
O
erro de quem interpreta personagens de ficção foi assumido em público, com a
cara limpa, sem artifícios. A sequência de personagens parecidos talvez tenha impregnado no
cérebro o sentimento de macho que pode tudo. Na verdade, a ficção nesse caso só
imita a realidade que muda lentamente e precisa cada vez mais seguir adiante, evoluir.
Que
não caia no calabouço do esquecimento, e que não sejam postos em voga casos
assim só quando a pessoa é pública, as anônimas também necessitam voz, vez. O
outro lado também deve ser analisado, só tacar pedras é querer se achar melhor, não suscetível. Toda
e qualquer pessoa está propensa ao erro, que, dependendo, pode ser amenizado
com desculpas ou consertado de alguma forma. Burrice é persistir.
Iria
escrever sobre algo outro, mas qualquer divagação que divergisse disto neste
instante seria incutir o erro, já que soaria como um berro mudo.
sexta-feira, 31 de março de 2017
70 e 5 Nolls
Imagem: Projetado pelo Freepik
Pergunta:
quanto tempo vive uma tartaruga? Resposta: Dependendo da espécie, mais de 100
anos. E um Jabuti? Já houve registro de Jabutis que viveram até 150 anos.
Os
dois são parentes na escala evolutiva. A primeira pode viver em água doce ou
salgada, já o segundo não gosta do molhado, então vive só em terra firme. Ambos
pertencem à ordem dos quelônios, como também o outro parente próximo, o cágado.
Um pouco de biologia.
E
o ser humano, o topo da cadeia, qual seria a idade ideal para a morte?
É
certo que a expectativa de vida tem aumentado com o passar dos anos, apesar de
todos os pesares. Mas, em quanto tempo cada um consegue realizar tudo o que
deseja na vida, colocar em prática todos os planos, "tornar-te quem tu
és"?
Na
semana passada filosofávamos sobre isso no boteco. Essa semana, com a morte do
escritor João Gilberto Noll, no dia 29, aos 70 anos, a pauta retornou. "E
o que tem a ver o cu com as carça?", indaga o mais expressivo dos leitores.
Explico.
Noll, em seus 70 anos vividos, ganhou 5 Prêmios Jabutis — uma das maiores honrarias
literárias para quem escreve, com o adendo do montante em dinheiro que vem
junto. Ou seja, no papel de escritor, cumpriu com o seu dever, alcançou o
cume do monte, o auge da carapuça que serviu ao trabalho moroso de juntar
letras e frases. Ornou seu casco.
Eu,
na conversa sobre o tema na mesa de botequim, afirmei que para mim 70 era um
bom prazo para conseguir o que se almeja e que depois só viria declínio. Bem.
Estou praticamente na metade desse prazo.
No
caso, espero ser salvo pelo acaso? Não. Tento ter ações que me levem a cumprir
meu destino, realista como um octogenário, sonhador como um menino, me vendo
por vezes cara a cara com o fim, me surpreendendo achando-me em outros momentos
quase eterno. Tipo um 'tiozão' que saindo todo dia para a luta diária da rua
chora como se fosse o primeiro dia na escola. E é.
O
criativo pega as frutas das ideias no ar, nos non-senses, ouve claramente o que
para outros só são noises (ruídos), é tachado como nóia. Sou mais Noll.
Conheci
o escritor gaúcho por um conto do livro 'Essa história está diferente: Dez contos para canções de Chico Buarque', no qual vários autores fazem releituras
de músicas de Chico em contos. A linguagem me cativou, a propriedade em lidar
com as palavras. Depois, adquiri 'Bandoleiros' e li com voracidade. Foi a
confirmação da primeira impressão. 'Harmada' é o próximo da lista. Não sou um
expert em J.G. Noll, mas do que li basta no contexto em que venho homenageá-lo
aqui pela justa medida entre o viver e o fazer.
Por
falar nisso, ou nele, o outro mestre das letras completou 70 em 2014. Tá mais
vivo do que nunca, novo álbum no forno,
outro livro depois... Eternizado e continua a produzir. De Hollanda, Um Artista Brasileiro. Um mito vivo. Igual era Noll.
Ficam
os exemplos. A comparação com os mais fortes pode levar à paralisação ou a
movimento para chegar ao nível. Sem pressa, com foco.
RIP
Noll. "É nóis", Noll.
Que
hajam sóis para iluminar outros compositores, escritores, tendo já alcançado
seus brilhos quando senhores. E que balas perdidas não matem nem Jabutis.
terça-feira, 28 de março de 2017
Banzos contemporâneos
Imagem: Projetado pelo Freepik
Ele voltava
do trabalho para casa na condução. Nos fones de ouvido, Capoeira de Besouro, de
Paulo César Pinheiro. Pensava nos ancestrais, forçados a sair de suas casas,
apertados nas naus, como quem hoje se aperta em busos. Nos dois casos, indo
trabalhar em terras longínquas.
Banzos. Cantarolares de beiços entreabertos. "Será que valeu? Será que os descendentes fazem valer?" Quando pensa no
preconceito que se vela, mas não acaba, não valeu. Fazem suas festas: Pagodes, Sambas, Raps, Funks do Rio nas periferias do Brasil. Bate-estacas nos bancos
apertados dos transportes públicos em som ensurdecedor até para quem está
perto. Tum-tá-tá, tum-tum-tá.
Tá certo... Difícil exigir purismo. Nem raça
pura. Somos mistura. Miscelânea. Feijoada. "Mas é bom dar uma abaixada no volume,
pois os cantos hoje em dia não são mais entoados em uníssono", diz ele em pensamento para um seu vizinho de assento, e roguemos que o outro o ouça para que não precisem os dois travar uma capoeiragem cheia de jogos de pernas no meio do corredor.
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